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Nas ruas e nas janelas, a população não faltou ao cortejo

Coroas anunciam festa dos Tabuleiros

Uma Páscoa diferente em Tomar

As coroas e os pendões do Espírito Santo, representativas das dezasseis freguesias do concelho de Tomar, saíram à rua Domingo de Páscoa. O evento marcou, oficialmente, o início da grande festa dos Tabuleiros, que se realiza a 6 de Julho e que é já um ex-libris da cidade dos Templários. Largas centenas de pessoas concentraram-se na Praça da República, junto à Igreja de São João Baptista e, no final da missa, acompanharam o cortejo pelas ruas da cidade. É assim, de quatro em quatro anos.

Carlos e Diana Baptista não perdem uma procissão das coroas e dos pendões do Espírito Santo, um evento que marca oficialmente o início das comemorações da Festa dos Tabuleiros, a grande festa da cidade de Tomar, que se realiza de quatro em quatro anos. O jovem casal vive e trabalha em Lisboa mas arranja sempre tempo para assistir a esta procissão. “Apesar da Festa dos Tabuleiros ser grandiosa, a cidade fica a abarrotar de gente e no meio da confusão perde-se o melhor. Por isso preferimos assistir à procissão das coroas que é mais calma”, diz Carlos.No Domingo de Páscoa centenas de pessoas esperavam na Praça da República o final da eucaristia para acompanhar os 18 pendões do Espírito Santo (um de cada freguesia, um a representar a câmara e outro a Santa Casa da Misericórdia) e as respectivas coroas pelas ruas da cidade. Gente de todo o concelho mas também muitos filhos da terra que, quase todos por razões profissionais, há anos que rumaram de Tomar a Lisboa, Coimbra, Porto e outras cidades do país. Outros, ao contrário, vieram “de fora para dentro”. Pessoas que visitaram Tomar e gostaram tanto que decidiram ficar por ali. Como João Anastácio. Nasceu em Portimão há 48 anos, já calcorreou Portugal mas diz não haver cidade que o inspire tanto como Tomar.Enquanto a eucaristia decorre na Igreja de São João, defronte à Praça da República, na rua as pessoas vão pondo a conversa em dia. Há “tias” de Cascais, gente humilde das aldeias, doutores e engenheiros. A banda da Gualdim Pais afina os instrumentos, três gaiteiros oferecem uma primeira mostra do que são capazes. De quando em quando um foguete ribomba.Quando o sino da igreja anuncia as 13 horas o pessoal começa a inquietar-se – “então essa missa acaba ou não, já tenho o estômago a dar horas”, diz um dos munícipes, agastado com a demora na saída das coroas de dentro da igreja. Meia hora depois todos os olhos convergem para a entrada da Igreja. Ao som da banda aparece o primeiro pendão vermelho, logo a seguir outro e mais outro, até perfazerem 18.Sincronizados, os presidentes de junta içam os pendões e dão uma volta à Praça da República. A marcha segue em direcção à rua Serpa Pinto (vulgarmente conhecida como Corredora), a banda a abrir caminho, os pendões e as coroas logo a seguir e depois a enorme mancha humana que, durante cerca de duas horas, vai acompanhar o cortejo.As mantas esvoaçam ao vento nas varandas dos edifícios do centro histórico, abrem-se as janelas de par em par, arejam-se casas fechadas durante meses. Mais acima, na Alameda 1 de Março, há novamente panos multicolores e muita gente nas janelas. Ninguém quer perder pitada da festa.Mas no domingo, houve quem tivesse sido apanhado desprevenido e sem saber porquê se tenha visto rodeado de uma multidão. Stefan Peterhansen e a esposa, Maureen, são suecos de visita a Portugal e no domingo vieram à procura da famosa janela do Convento de Cristo mas bateram com o nariz na porta, devido à greve decretada pelos funcionários dos museus. Com muito tempo pela frente desceram calmamente o monte até à Praça da República e ficaram embasbacados com o rebuliço que por ali se vivia. Quando foi informado do que se passava o casal mostrou-se tão entusiasmado como a multidão, prometendo que as fotos da procissão iriam ser postas na Net, quando chegassem ao seu país. “Tomar is beautiful”.Como Stefan e Maureen, muitos outros casais de estrangeiros aproveitavam a ocasião para conhecerem melhor a história da cidade, filmando e fotografando a procissão das coroas. Na esplanada do café Santa Iria, junto ao rio Nabão, um casal de ingleses com dois filhos “atacava” o almoço – tostas mistas e cervejas – quando a procissão passou. Quando deram conta também eles estavam a bater palmas ao cortejo. Sem saber muito bem porquê...No Domingo de Páscoa, em Tomar, a procissão das Coroas serviu para anunciar a todo o povo do concelho e de Portugal que a grande festa está prestes a chegar – a Festa dos Tabuleiros, cujo principal cortejo se realiza a 6 de Julho.Margarida CabeleiraUma festa com muitas festasA procissão das Coroas e dos Pendões do Espírito Santo, que se realizou no Domingo de Páscoa, marca oficialmente o início das comemorações da Festa dos Tabuleiros, um evento que a cidade de Tomar organiza de quatro em quatro anos. A partir de agora e 6 de Julho, dia da grande festa, todos os fins-de-semana serão preenchidos com iniciativas.Em cada domingo até 6 de Junho haverá saídas parciais de coroas e pendões. O Forum do Espírito Santo está marcado para 6,7 e 8 de Junho e no dia 29 do mesmo mês desfilará pelas ruas da cidade o Cortejo dos Rapazes. Dois dias antes da grande festa, a 4 de Julho, é a vez do Mordomo sair à rua em cortejo. As ruas ornamentadas serão abertas ao público e registar-se-à ainda a saída parcial dos tabuleiros. No sábado, dia 5, quem quiser apreciar todos os tabuleiros pode dirigir-se à Mata dos Sete Montes, onde estarão em exposição.Nesse sábado está também marcada a final dos jogos populares, cujas eliminatórias vão decorrendo nas freguesias do concelho, e ainda uma tourada à boa maneira ribatejana.O dia “D” é no domingo, 6 de Julho, com o famoso Cortejo dos Tabuleiros pelas ruas da cidade, ao qual precede o Cortejo das Coroas e dos Pendões após a missa solene.No rescaldo da festa haverá ainda lugar à pêza, distribuição de carne, pão e vinho pela população. É na segunda-feira, dia 7 de Julho.
Nas ruas e nas janelas, a população não faltou ao cortejo

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