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Dirigentes da UDS estão revoltados e criticam Orlando Mendes

Conselho de Disciplina funciona à base da lei da rolha

União de Santarém revoltado contra decisões que alegadamente têm prejudicado o clube

A derrota na secretaria no jogo com o Ouriquense e os sucessivos castigos a atletas, treinadores e dirigentes, levaram os responsáveis pelo União de Santarém a dizerem basta e a dirigirem fortes acusações ao Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Santarém e seus elementos, a quem acusam de parcialidade, de quererem prejudicar deliberadamente o clube e de quererem silenciar quem não concorda com as suas decisões. Entretanto, a Associação admite rever algumas leis actualmente em vigor e que têm sido muito contestadas.

Os dirigentes do União de Santarém estão revoltados com uma série de decisões do Conselho de Disciplina (CD) da Associação de Futebol de Santarém a quem acusam de estar a prejudicar gravemente o clube. Há muito que aquele órgão associativo, liderado por Orlando Mendes, é alvo de críticas dos responsáveis do clube escalabitano, mas três decisões recentes foram as gotas que faltavam para o copo transbordar.Numa conferência de imprensa realizada na segunda-feira à tarde e onde estiveram os principais responsáveis da direcção unionista, as maiores acusações recaíram sobre o presidente do CD, acusado de dirigir aquele órgão sob a lei da rolha, aplicando castigos de forma parcial e recusando-se a dar quaisquer esclarecimentos sobre os mesmos.“As atitudes e as posições que têm tido ao longo desta época, em nosso entender, são uma afronta clara ao clube, aos directores, aos sócios e à própria cidade de Santarém”, começou por dizer o presidente do União. Nuno Cardigos lamentou que, apesar de ter solicitado uma reunião com os responsáveis do Conselho de Disciplina, não tenha recebido sequer qualquer resposta.“Só podemos concluir que o que se está aqui a passar é a chamada lei da rolha, que acabou no 25 de Abril de 1974. A liberdade de expressão existe para as pessoas se manifestarem quando algo lhes desagrada ou se vêem confrontados com situações injustas para a instituição que representam”, afirmou Cardigos, justificando assim as declarações do treinador do clube ao jornal “Remate”, que demonstrava a sua revolta pela decisão do caso U. Santarém - Ouriquense e que lhe valeram um processo disciplinar.Comentando este novo processo disciplinar ao treinador, o presidente do União de Santarém achou no mínimo “estranho” que declarações publicadas a 15 de Abril tenham sido analisadas numa reunião realizada no dia seguinte, enquanto no caso do jogo U. Santarém-Amiense, realizado há mais de dois meses, o clube não tenha sequer sido chamado a pronunciar-se.Sugerindo que a alegada perseguição de Orlando Mendes ao clube pode ter a ver com o facto de não gostar de alguns dirigentes do clube, Nuno Cardigos convidou o presidente do CD a explicar-se publicamente ou a demitir-se.Além do processo disciplinar ao treinador, os dirigentes do União de Santarém não se conformam com o facto do recurso que o clube entregou na Associação relativo ao protesto do jogo com o Ouriquense não ter sido aceite por ter entrado fora do prazo. Segundo as contas do advogado do clube, baseadas na lei geral, o recurso poderia ser entregue até 17 de Abril, mas segundo o regulamento da associação, teria de ter sido entregue até dia 16. Por este facto o recurso não foi aceite e o clube perdeu mesmo o jogo na secretaria por 3-0, quando tinha ganho 1-0 dentro das quatro linhas.O responsável pelo departamento de futebol do União, João Costa, considera que esta decisão pode ter prejudicado o clube “em milhares de contos”, porque a equipa podia ganhar a Taça do Ribatejo e apurar-se para a Taça de Portugal onde poderia ter feito boas receitas. “Já jogámos com o Belenenses e ganhámos e com o Benfica, há 15 anos, trouxemos quase dois mil contos do Estádio da Luz”, lembrou.Mas os directores do União de Santarém não percebem porque foram castigados quando a relatora do processo aconselhou o CD a absolver o clube por não existirem provas concretas sobre a culpa do clube. Ainda por cima, o relatório do árbitro nada diz sobre a presença de Graciano Dias em lugar indevido.Centrando os seus protestos, João Costa acusou um dos elementos do Conselho de Disciplina - Adosinda Elisário - de ter estado no Campo Chã das Padeiras num jogo de escolas, “ofendendo tudo e todos que estavam nesta bancada”. Segundo o mesmo dirigente, Adosinda Elisário esteve também no jogo entre o Ouriquense e o Abrantes a puxar pela equipa da casa.João Costa ainda considera que o clube está a ser prejudicado porque a actual direcção está a fazer um bom trabalho e há na cidade – e na Associação – quem queira que o clube feche para que não se descubram situações embaraçosas. “Temos pena é de não ter dinheiro para ir buscar a auditoria”, afirmou explicando que os directores têm optado por pagar impostos em atraso e a jogadores que tinham mais de uma dezena de cheques devolvidos.O tesoureiro do clube escalabitano, José Vale, identificou depois algumas situações que, na sua opinião, a equipa foi descriminada nos castigos. Citou o artigo 123.1 que na maioria dos casos pune com um ou dois jogos, e no caso do atleta unionista Carlos Alberto, que nunca tinha sido expulso, lhe valeu quatro jogos de suspensão.Vale virou depois atenções para o árbitro auxiliar do jogo com o Ouriquense, José Neves, dizendo que deixou de o respeitar “porque negou-se a testemunhar e a dizer onde estava o treinador. E a razão é só uma: ele é funcionário no campo do Abrantes Futebol Clube”, concluiu.Nuno Cardigos concluiu a conferência de imprensa dizendo que a revolta do clube é apenas contra o Conselho de Disciplina e que por isso nas próximas eleições para a Associação nunca irá apoiar uma lista onde esteja Orlando Mendes. O presidente do União de Santarém revelou ainda que numa próxima assembleia da associação o clube irá propor o sorteio dos árbitros.Contactado pelo nosso jornal, o presidente do Conselho de Disciplina afirmou apenas que já convocou uma reunião do orgão a que preside para dia 23 de Abril que abordará todas estas situações.
Dirigentes da UDS estão revoltados e criticam Orlando Mendes

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