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Só fizeram um terço do prometido

Oposição vota contra relatório e contas da Câmara de Santarém

O balanço do primeiro ano de gestão do socialista Rui Barreiro à frente da Câmara de Santarém não é famoso. As dívidas à banca e a fornecedores aumentaram, as receitas diminuíram e a execução do plano de actividades de 2002 ficou-se por uns escassos 35 por cento. Não surpreendeu assim que a oposição chumbasse o relatório e contas na reunião de segunda-feira.

A oposição fez uma avaliação negativa da gestão socialista em 2002 e chumbou o relatório e contas da Câmara Municipal de Santarém. Foi na reunião do executivo de segunda-feira e ninguém presente na sala ficou surpreendido com o desfecho, após as críticas deixadas por PSD e CDU ao desempenho da equipa liderada por Rui Barreiro.A verdade é que para uma câmara que o seu presidente deu como tecnicamente falida no início do mandato, não deixa de ser estranho que as verbas investidas em publicidade e marketing tenham superado as que foram gastas em 2001 - ano de eleições autárquicas, habitualmente mais propenso a esses gastos. E foi por aí mesmo que o vereador José Marcelino (CDU) pegou, exemplificando com os 70 mil euros pagos a uma empresa pela execução de uma edição do boletim municipal. “Houve a necessidade de compensar a ineficácia na obra com o investimento em marketing”, ironizou.O especialista em contas da CDU foi arrasador nos poucos minutos de discurso, acusando os socialistas de não terem uma estratégia nem seguirem uma linha de rumo e de terem aumentado as dívidas à banca em 1,85 milhões de euros e a fornecedores em 518 mil euros.Para José Marcelino, “é caso para perguntar onde está a obra?”. E também para recomendar aos socialistas que “modifiquem a forma de estar e de gerir porque assim não é possível fazer milagres”. Com as críticas já praticamente todas feitas, restou a Hélia Félix (PSD) recordar as palavras de Rui Barreiro no início do mandato, quando afirmou ao Diário de Notícias que a Câmara de Santarém se encontrava em situação de falência técnica. Uma forma de dizer que “não houve contenção” ao nível da publicidade e da estratégia de comunicação e de manifestar o seu “espanto” por constatar que um ano depois as dívidas aumentaram, que os custos com o pessoal e com horas extraordinárias subiram e que o número de efectivos na autarquia foi acrescentado em 58 elementos.Além disso, com a quebra de receitas ressentiu-se obviamente o investimento. Dos 27 milhões de euros previstos, a execução ficou-se pelos 35 %. “É um grau de execução baixo, tal como tinha sido em 2001 com 39%. Talvez possamos concluir daí que os socialistas prometem muito e fazem pouco”, concluiu Hélia Félix.AS EXPLICAÇÕES DE BARREIROO fraco investimento realizado em 2002 é explicado pelo presidente da câmara com a demora na aprovação ou homologação das candidaturas da autarquia a fundos comunitários que atrasou algumas intervenções. Rui Barreiro diz também que a execução física de algumas obras é superior ao que vem descriminado na sua execução financeira. E que espera um “salto” em termos de execução já em 2003.Explicou ainda que a admissão de funcionários se destinou a regularizar algumas situações e que o aumento dos custos com o pessoal também se deve em parte à entrada em funcionamento do complexo aquático no ano passado.Rui Barreiro criticou ainda o actual Governo por ter mudado as regras a meio do jogo, ao impor restrições ao endividamento das autarquias, tal como agora pretende retirar-lhes algumas receitas provenientes de impostos como a sisa que poderão colocar em causa alguns investimentos.O chumbo das contas de 2002 não tem qualquer implicação administrativa ou legal, podendo ser visto apenas como uma apreciação política desfavorável do trabalho realizado pelo executivo. Os documentos serão ainda apreciados e votados na sessão da Assembleia Municipal de Santarém, a realizar dia 30 de Abril.

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