CAP continua a liderar CNEMA
Eleito novo conselho de administração
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) continua a dominar o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) de Santarém, fazendo-se agora representar ao mais alto nível no conselho de administração daquele organismo.
Às eleições antecipadas - provocadas pela demissão do anterior presidente do conselho de administração, José Manuel Casqueiro - concorreu uma única lista, liderada pelo presidente da CAP, João Machado. A CAP mete ainda no conselho de administração mais um elemento: Luís Mira. A Câmara de Santarém continua representada pelo presidente Rui Barreiro. A CIP, a CCP, a Confagri e a empresa Notai têm também assento nesse órgão.Recorde-se que José Manuel Casqueiro, que representava a CAP, demitiu-se na assembleia geral de 28 de Março, tendo sido acompanhado na renúncia por mais quatro elementos do conselho de administração. A quebra de confiança entre accionistas, que se acentuou após o pedido de auditoria, por parte da Câmara Municipal de Santarém, à gestão do parque, motivou o desenlace. José Casqueiro apontou o dedo “a entidades e formações político-partidárias ligadas à autarquia que têm sido as principais detractoras do CNEMA” e que o têm afrontado por questões políticas e pessoais. Admitindo que os limites foram ultrapassados, e após ter ajudado a resolver algumas questões pendentes, o ex-líder do parque de exposições fartou-se e cumpriu a ameaça que já havia feito em Junho de 2002, no final da Feira Nacional de Agricultura, onde já havia tecido críticas duras à câmara.Mesmo sem especificar nomes, tornou-se claro que o discurso de renúncia tinha como destinatários alguns elementos do executivo da Câmara de Santarém, de todos os quadrantes partidários - em particular os vereadores do PSD José Andrade e Soares Cruz, que há muito estão incompatibilizados com Casqueiro, e os elementos da CDU que foram sempre dos mais críticos relativamente à gestão do CNEMA. “Acho que será errado dizer que a minha demissão foi por causa do agravamento das relações com a autarquia. Se fosse por isso já me teria demitido há muito tempo. Foi mais por uma questão de desconfiança por parte dos accionistas ao aprovarem uma auditoria no quadro em que foi proposta. Ainda por cima quando representava mais um encargo financeiro para uma empresa que tinha muitas dificuldades de tesouraria”, disse aos jornalistas José Manuel Casqueiro poucos dias após a sua demissão.Na altura afirmou que a Câmara de Santarém, após sugestão do vereador do PSD Soares Cruz, ao propor a realização de uma auditoria à gestão do CNEMA levantou um manto de suspeição sobre uma entidade que vivia momentos difíceis e que corria inclusivamente o risco de ver os seus bens penhorados.Uma atitude que não caiu bem no seio do conselho de administração, ainda por cima vinda de uma entidade como a autarquia, que é accionista e tem assento nesse órgão. Casqueiro disse mesmo que quiseram pôr em causa a sua honorabilidade e explicou que a decisão de se fazer a auditoria foi aceite pelo conselho de administração para que não se alimentassem dúvidas quanto à gestão do complexo. Os seus resultados não demonstraram qualquer prática ilícita.
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