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Qualidade do mel da Serra D’Aire é “aceitável”

Escola Superior Agrária de Santarém recebeu I Seminário de Apicultura

A qualidade do mel produzido nas Serras D’Aire e Candeeiros é aceitável. Este é o resultado de um estudo apresentado na quinta-feira de manhã durante o seminário de apicultura, que decorreu no auditório da Escola Superior Agrária, em Santarém, nos dias 21 e 22 de Maio.

Fátima Ferreira, docente na Escola Superior Agrária e autora do estudo, que teve também a colaboração da professora Ana Neves, explicou que apesar dos “níveis microbianos detectados” serem satisfatórios há contudo “a possibilidade de criação de microrganismos patogénicos”.O resultado do estudo indica que a população de bolores e leveduras apresenta níveis baixos, tal como acontece com os fungos. Não foram detectadas bactérias e a pesquisa de Salmonella revelou-se negativa em cada uma das amostras. “As amostras indicam que há segurança ao nível alimentar”, observou Fátima Ferreira.O estudo realizado em 2001 sobre o “controlo de qualidade e segurança microbiológica do mel na Serra de Aire e Candeeiros” teve por base a análise a 65 mostras de méis recolhidos pela Associação para a Valorização Agrícola em Produção Integrada na zona do parque da Serra D’Aire e Candeeiros.Os parâmetros microbiológicos estudados basearam-se na contagem de microrganimos a 30 graus de bolores e leveduras e a pesquisa de outras substâncias.O mel tem propriedades que inibem ou destroem a maior parte dos microrganismos. Esses organismos encontrados no mel são os que se adaptam ou resistem à elevada concentração de açúcares, acidez e características antimicrobianas do mel. Os microrganismos que se desenvolvem são sobretudo leveduras (fungos) e algumas bactérias. A presença de leveduras pode afectar a qualidade comercial do mel devido a transformações fermentativas. As bactérias podem estar relacionadas com condições higiénico sanitárias deficientes durante o processamento.Algumas bactérias que se desenvolvem no mel podem ser responsáveis por infecções e intoxicações alimentares.À produção de mel estão associados também alguns riscos relacionados com a possibilidade de contaminação do mel por pesticidas ou antibióticos. Há ainda o risco de resíduos, como é o caso de partículas de cera, como salientou o colaborador da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Miguel Maia, que falou sobre os “perigos e riscos do mel”.As consequências podem ser sentidas na indústria farmacêutica e na cosmética, sectores particularmente exigentes. Mas de um modo geral os riscos associados ao mel “são baixos porque grande parte dos teores estão abaixo dos limites de resíduos”.O técnico defende que devem ser incentivadas as boas práticas do sector apícola, como a limpeza de colmeias com uso de maçarico, armazenamento das alças a temperatura inferior a 15 graus e o intervalo de segurança dos antibióticos, para que cada vez mais possa promover-se o mel “como alimento natural”.O primeiro seminário de apicultura foi organizado pelo comité local de Santarém da IAAS - Associação Internacional de Estudantes de Agricultura com o objectivo de fornecer a estudantes, técnicos e criadores informação actualizada sobre o sector.

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