Crianças do Bairro Girão sem local para brincar
Na populosa urbanização conhecida como Bairro do Girão, na periferia de Santarém, as crianças e jovens têm de inventar brincadeiras pouco ortodoxas para passar os tempos livres, já que no local não existe qualquer espaço ou equipamento de lazer. E por ali perto também não. Muitas vezes é a trepar às pequenas árvores ou a improvisar escorregas que a miudagem extravasa energias e dá asas à imaginação.
José Picoto, um morador do bairro onde a Câmara de Santarém é proprietária de vários apartamentos de renda social, é um homem desiludido por não haver resposta aos apelos que tem lançado ao longo dos últimos tempos, nomeadamente no espaço destinado às cartas dos leitores do nosso jornal. “É uma tristeza ver aqui tantas crianças sem um local decente para brincar”, lamenta.Um conjunto de colunas de betão é muitas vezes procurado pelos mais novos para a brincadeira, numa zona infestada de ervas e de lixo, onde já algumas crianças se aleijaram. Um espaço incomparavelmente pior e menos adequado do que a zona relvada do outro lado da estrada, junto aos prédios, onde aquele morador gostaria de ver instalados uns baloiços e um escorrega. Coisas simples, diz, sem grandes luxos, mas que permitissem um entretenimento saudável.“Não há ninguém capaz de resolver este problema que já se arrasta há alguns anos”, declara José Picoto, revelando que se disponibiliza, tal como outras pessoas que percebem de carpintaria, para ajudar a fabricar os baloiços e assim contribuir para a redução das despesas. “Isto aqui tem muita criança”, desabafa em jeito de justificação o nosso interlocutor.O MIRANTE tentou durante o dia de terça-feira contactar com o vereador do pelouro da Educação da Câmara Municipal de Santarém, Joaquim Neto, para saber se a autarquia tem conhecimento dessas aspirações e se planeia investir nesse equipamento, mas não foi possível chegar à fala com o autarca.
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