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Grande Serafim das Neves

Grande Serafim das Neves

A internet é uma máquina. Está tudo lá. Verdade e mentira, passado e presente, tretas e coisas sérias. Tudo misturado. Sem critério nem avisos sobre os efeitos secundários. Lê a reportagem publicada nesta edição e ficas esclarecido. Ou melhor, estarrecido. Talvez divertido. Sites sobre o distrito de Santarém são às carradas. Alguns são do século passado. Só não têm a data para baralhar. São páginas que foram colocadas com promessas de actualizações regulares mas que nunca mais foram regularizadas. As informações que contêm passaram há muito o prazo de validade, mas para quem não saiba representam o presente. Algumas o futuro. Quem se guiar por aquilo está feito ao bife.Acontecimentos que já foram anunciados como se fossem ser. Dirigentes partidários que já não exercem eternizados nos cargos por força do laxismo de quem deveria actualizar as informações. Páginas cuja construção já dura há mais anos que as famosas obras de Santa Engrácia. Um gajo está a fazer um trabalho e falta-lhe um dado. Vai à net, busca, busca e zás. Sai-lhe a informação ao caminho. Pode vir envenenada, deturpada, estragada, que mesmo assim marcha. Não há qualquer hipótese de saber se nos estão a enfiar o barrete. É uma comédia. É uma tragédia. É uma merdédia.Imagina o teu puto a fazer um trabalheco sobre o Camões para entregar à setôra de português no dia seguinte. Vai à net, pesquisa, pesquisa e catrapáz. Duas mil, trezentas e noventa e sete páginas para ver. O catraio abre a primeira e sai-lhe a página pessoal do senhor Joaquim Camões. Ele faz um copy e desata a asnear. Ao primeiro tempo da manhã seguinte dá um badagaio à prófe quando começa a leitura da obra prima. Camões é construtor civil, vive em Pombal e gosta de mulheres dominadoras. Os seus passatempos são andar a cavalo e beber cervejas ao desafio. Tem trinta e nove anos, casa própria, telemóvel topo de gama e carro último modelo. A rapariga ainda tenta explicar à turma que Camões foi um poeta e que já está a fazer tijolo à que séculos, mas ninguém acredita. Está na internet afiança-lhe o teu cachopo, naquele tom de padre a afiançar que vem na Biblía. A setôra insiste e ganha a alcunha de atrasada mentol. Vivam as novas tecnologias! Viva o progresso! Vivam as auto-estradas da desinformação!!!Serafim. Desculpa a mudança brusca de tema mas tenho que acelerar porque se faz tarde. O Presidente da República estava em Angra do Heroísmo na segunda-feira e falou grosso. Estou a citar o que li numa notícia da agência Lusa. Exigiu respeito pelos políticos. Exigir respeito, vê lá tu! Como se respeito fosse uma coisa que se pudesse exigir. Como se os políticos, pelo facto de serem políticos merecessem respeito. É claro que ele é um político e por isso lhe dou o devido desconto, mas ninguém me convence que aquilo foi da pressão atmosférica. Desde já declaro que não vou acatar a exigência. Não me importo de ser acusado de desobediência civil mas não cedo. Respeitar os políticos????!!! Quais políticos???? Então eu alguma vez posso respeitar alguns políticos que por aí andam??? Mas quem é que o dótor Jorge Sampaio se julga para exigir cenas daquelas???!!! Quem quer ser respeitado dá-se ao respeito. O respeito não se mendiga. Não se impõe. Não se exige. Cum escafandro!Eu e tu, que malhamos com denodada determinação, em montes e montes de políticos, alguma vez poderemos acatar tal exigência??!!! Ai, ai, ai....tttssss...tttssss...tttsss....É como quererem obrigar-me a respeitar os gajos das praxes académicas da Escola Agrária. Os tais que se divertem a esfregar bosta de vaca na cabeça dos caloiros para lhes demonstrar o carinho e simpatia que sentem por eles. Sete desses praxadores vão ser alvo de processos disciplinares. Não sei no que aquilo vai dar, mas sei naquilo que já deu. Uma aluna perdeu um ano da sua vida porque não suportou voltar à escola para enfrentar a boçalidade de quem a praxou. Quanto é que vale um ano na vida de uma pessoa???? Em Portugal não vale muito já se sabia. Na cabeça dos praxadores ainda vale menos. Grande bosta, meu caro. Grandessíssima bosta. Esterco, estrume, etc e tal. Cumprimentos, larguras e alturas do Manuel Serra d’Aire
Grande Serafim das Neves

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