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O projecto de Alqueva pode garantir trabalho para os próximos anos

Prebesan começa a sair da crise

Empresa de Almoster esteve praticamente parada durante alguns meses

A Prebesan, fábrica de pré-fabricados de betão de Almoster, Santarém, começa a recuperar depois de meses de crise em que a produção chegou a estar praticamente parada. A empresa que chegou a dar trabalho a duas centenas e meia de pessoas tinha ao seu serviço, há muito pouco tempo, apenas dez funcionários.

A Prebesan, fábrica de pré-fabricados de betão localizada em Almoster (Santarém), vai construir 10 quilómetros de tubagens para a rede de rega da barragem de Odivelas, na zona de Ferreira do Alentejo. Um projecto que envolve verbas na ordem do milhão e meio de euros (300 mil contos) e é da responsabilidade do Instituto do Desenvolvimento Rural, Hidráulica e Ambiente. Além disso, a firma está a negociar mais duas empreitadas, nas zonas do Caia e de Vila Franca das Naves.A empresa concorreu também à primeira fase de construção do sistema de regadio do Alqueva, cujo concurso público internacional está a decorrer, e a uma obra de saneamento em Lisboa. “Temos boas perspectivas para o futuro. Só nas duas fases do Alqueva temos a possibilidade de vender em tubos cerca de 7,5 milhões de euros. Mas para ganharmos esse concurso, cuja obra deve começar no início de 2004, temos de fazer um trabalho bem feito em Odivelas”, declara Massano André, administrador da Prebesan.O período de crise por que passou a empresa – causada por uma conjuntura económica negativa, em que se assistiu à retracção do investimento público e privado – parece estar a terminar. Desde Setembro do ano passado, a Prebesan foi obrigada a reduzir drasticamente a actividade e a dispensar muito pessoal. A última grande obra, realizada o ano passado, foi a construção de um túnel por baixo do rio Douro junto à barragem de Crestuma-Lever. A empresa, que já chegou a empregar 250 funcionários nas épocas de mais trabalho, tinha ao serviço até há pouco tempo apenas cerca de uma dezena de pessoas e a produção estava praticamente parada.A retoma parece estar a surgir e a empreitada da rede de rega do Alqueva – a Prebesan é a única empresa no nosso país a construir o tipo de tubagem “com alma de aço” exigida no caderno de encargos, embora possa ter concorrência estrangeira – abre boas perspectivas. A empresa já começou a reintegrar alguns dos funcionários dispensados e a contratar outros, dadas as obras já confirmadas e outras que se adivinham. Está também a negociar com a banca alguns apoios “para que as coisas corram melhor” que nos últimos tempos. Esses apoios, segundo o administrador, estão praticamente garantidos.Só o mercado referente ao projecto do Alqueva pode dar trabalho para os anos mais próximos. “É um mercado que nos abre boas perspectivas. São cinco mil quilómetros de condutas e setecentos quilómetros de canais a construir em 25 anos”, explica Massano André.Desafios para os quais a Prebesan garante estar apta a dar resposta. “Temos capacidade para fazer cem quilómetros de tubagem por ano e para facturar valores na ordem dos 20 milhões de euros. Havendo trabalho, podemos voltar aos tempos em que fomos consideradas PME do ano”, afirma o mesmo responsável. Com a modernização da linha de fabrico, se a unidade estiver a trabalhar em pleno pode dar agora emprego a 150 pessoas. Mas encontrar pessoas interessadas em trabalhar nem sempre é tarefa fácil. Mesmo quando a taxa de desemprego não pára de subir. “Só para a obra da barragem de Odivelas vamos precisar de 60 pessoas a trabalhar. Estão a aparecer pessoas a pedir emprego e temos recorrido também a mão de obra de Leste, até porque há gente que se acomoda e parece preferir receber o subsídio de desemprego até ao fim do tempo, a vir trabalhar”.
O projecto de Alqueva pode garantir trabalho para os próximos anos

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