A partir desta edição O MIRANTE passa a ter uma nova equipa de direcção. Alberto Bastos e João Calhaz assumem a partir de hoje os cargos de director e de chefe de redacção, respectivamente. Quase dezassete anos depois de ter fundado este jornal achei que era a altura de passar o testemunho. Procurei uma data especial na minha vida e não uma altura muito especial deste projecto editorial. Mas fico por cá. Para o que der e vier e a fazer muitas outras coisas que, agora, são menos bem feitas ou, em alguns casos, estão adiadas desde que iniciamos este projecto. Apesar de sermos líderes na imprensa regional, a longa distância da concorrência mais directa, o nosso objectivo é competir com os jornais ditos de dimensão nacional. Quero dizer com isto que não estamos satisfeitos com o nosso trabalho e que queremos mostrar que somos capaz de muito melhor.Deixo, para quem me acompanha diariamente nesta empresa nos últimos dez anos, a missão de continuar a dirigir este projecto editorial com a mesma coerência e o mesmo amor à camisola de que já demos provas.Saio do cargo de director com a consciência de que tudo o que sabia e entretanto também aprendi foi posto ao serviço da empresa e partilhado na altura certa com quem comigo trabalha. O jornalismo é das poucas actividades em que a criatividade e a inquietação só fazem bem, sobretudo a quem dirige. Esta é a profissão ideal para olhar para o chão quando toda a gente tem os olhos postos no céu. Sobre o quociente de humildade que é habitual cultivar e assumir na profissão de jornalista, não tenho dúvidas que liderei uma equipa modelo, que no seu trabalho jornalístico nunca visou a busca do poder ou a opulência da opinião.Desde o início da empresa que a publicidade é o grande suporte deste projecto. A independência que sempre mostramos e provamos ajuda a facturar no mercado. Há muitos anos que sabemos que o público compreende e apoia um jornal com anúncios nomeadamente quando percebe que esta é a melhor forma de o salvaguardar das pressões. Orgulho-me ( publicamente, e na primeira pessoa, pela primeira vez ) do trabalho feito e do caminho percorrido. A partir desta edição não espero outra coisa dos leitores e anunciantes que a habitual confiança no nosso trabalho e no nosso projecto para o futuro.Joaquim António Emídio