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Fogo posto para expulsar um inquilino

Pai e dois filhos de Benavente na mira da justiça

Três homens - pai e dois filhos - foram acusados pelo Ministério Público da prática do crime de incêndio por, alegadamente, terem preparado um plano para incendiar uma casa que têm arrendada.

A habitação fica na Avenida Dr. Lopes de Almeida, numa zona central de Benavente, e foi salva graças à pronta intervenção dos bombeiros locais. O alerta para o fogo foi dado no dia 8 de Junho, por volta das 23h15 e na altura o arrendatário levantou sérias dúvidas sobre a origem do fogo, tendo participado as suas suspeitas à GNR, que solicitou a intervenção da Polícia Judiciária.A investigação da PJ aponta para um plano, da autoria do proprietário da habitação, destinado à sua destruição pelo fogo. O objectivo seria desalojar o inquilino com quem o proprietário mantinha um litígio antigo, abrindo caminho para a venda do espaço ocupado pelo imóvel e de um armazém anexo.Segundo a acusação, os arguidos (um empresário aposentado com 65 anos, um assentador de tacos com 34 anos e um trabalhador estudante de 26 anos) colocaram no chão do armazém contíguo à casa um fardo de palha e despejaram sobre ele alguns litros de gasolina. Depois criaram um foco de incêndio no interior do armazém com o objectivo de que o mesmo progredisse muito lentamente e só se propagasse algum tempo depois ao fardo embebido em combustível. O arrendatário conta que, por volta das 19h00 se apercebeu dum cheiro estranho, mas que só detectou o fogo muito mais tarde, quando um ruído de “castanhas a estalar” o acordou. Apesar da pronta intervenção dos bombeiros, os prejuízos foram estimados em mais de três mil euros (600 contos).Segundo a acusação os indivíduos sabiam que naquela noite o arrendatário e a esposa estavam em casa e que os prédios vizinhos também estavam habitados. O Ministério Público considera que os arguidos colocaram em risco a vida e saúde dos moradores da zona bem como dos prédios confinantes.Ainda segundo a investigação, para disfarçar eventuais desconfianças, os dois filhos dirigiram-se para Lisboa onde se encontraram com o pai e os três jantaram com amigos. Mais tarde foram a um clube nocturno e regressaram a Benavente só depois da meia noite, quando o fogo já estava extinto. “Tudo com o objectivo de terem um alibi”, lê-se na acusação.O MIRANTE apurou que o litígio entre a família proprietária da casa e o arrendatário já dura há vários anos. Após a compra do prédio, o empresário aposentado tentou por várias formas despejar o inquilino e chegou mesmo a recorrer ao tribunal e intentar uma acção de despejo, que não foi atendida.Por outro lado, os dois homens nunca se entenderam quanto à partilha do pátio contíguo à casa e depois de pedida a intervenção do tribunal foi dada razão ao proprietário que continuou a usar o espaço.Os três homens acusados ficam a aguardar julgamento com termo de identidade e residência. O crime de fogo posto é punível com pena de prisão efectiva.

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