Lisboa é desde domingo a capital mundial da ginástica, acolhendo a Gymnaestrada2003 durante seis dias, que prometem ser preenchidos de cor, alegria e muito movimento, à semelhança do que ocorreu na cerimónia de abertura.O Estádio Nacional, no Vale do Jamor, foi o primeiro grande palco do maior evento desportivo de uma só modalidade, recebendo 25.000 ginastas de 52 países no seu relvado, que por momentos deixou de ter apenas a cor verde.A presença de grupos dos cinco continentes permitiu ouvir músicas desde o samba (Brasil), a um medley dos ABBA (Suécia), passando por um excerto da banda sonora do filme Zorba (Grécia) ou Strauss (Áustria), sons que iam acompanhado e caracterizando a entrada dos grupos.A música, as cores de cada país e os trajes típicos envergados pelas delegações de Cabo Verde, Qatar ou Lituânia foram o melhor testemunho do ideal da Gymnaestrada: “Ginástica para Todos" e "Os Vencedores são os participantes”.A diferença de número de atletas mostrou também a aposta que cada país faz na área da ginástica: se a Suíça apresentou perto de 3.700, os elementos do Equador ou da Turquia podiam ser contados pelos dedos de uma mão.A “geografia” de cada grupo também acabou por ser um espelho curioso em termos de comportamento durante a cerimónia. É que, se os australianos, franceses e italianos cedo saíram das linhas que limitavam o espaço dado pela organização, a Alemanha e países do Norte da Europa mantiveram-se estoicamente dentro dos limites. Pelo meio dos grupos “latinos” viam-se exibições espontâneas de ginastas, enquanto nas bancadas eram os voluntários que mais davam nas vistas.A cada entrada de uma delegação, um grupo de ginastas luso, que vestiam a pele de “obreiros” da Gymnaestrada, iam construindo o nome do respectivo país em cubos gigantes, que voltaram a ser usados logo depois no espectáculo “Movimentos”.A abertura oficial do evento pertenceu ao primeiro-ministro português, Durão Barroso, que foi o participante que menos aplausos recebeu das bancadas, ouvindo-se mesmo um grande apupo quando tomou a palavra.Políticas à parte, o governante enalteceu aos jornalistas os recordes “absolutos” a nível de países, atletas e ginastas portugueses registados nesta Gymnaestrada. Não podendo fugir a comparações com uma outra grande organização desportiva, o Europeu de futebol Portugal2004, Durão Barroso ressalvou que o Euro “não tem tantos participantes, nem obviamente o mesmo impacto mediático”.