uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Alerta deixado no primeiro Congresso Ibérico do Azeite

O vice-presidente da CAP, Abreu Lima, alertou na sexta-feira para o perigo de Portugal perder a oportunidade dada pela União Europeia para o alargamento da sua área de olival. O sector tinha seis anos para plantar 30 mil hectares de novo olival e, a apenas dois anos e meio de expirar o prazo, só ainda concretizou pouco mais de um terço desta meta.O dirigente associativo alertou para esta realidade na abertura do primeiro Congresso Ibérico do Azeite e da Azeitona de Mesa, que juntou durante dois dias mais de 300 agentes ligados ao sector, numa das zonas de maior produção nacional, a Terra Quente Transmontana.Apesar de Portugal ser o quarto maior produtor de azeite da União Europeia, numa lista liderada pela Espanha, e exportar este produto, o país não consegue dar resposta às necessidades nacionais e tem de recorrer à importação.O alargamento dos actuais 324 mil hectares de olival é encarado como um contributo para alterar esta situação e o vice- presidente da CAP espera que a baixa concretização desta meta seja apenas um sintoma do velho hábito português: “deixar tudo para a última hora”.O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Bianchi de Aguiar, mostrou-se convencido de que Portugal conseguirá alcançar os objectivos. “O país está a reagir bem, nomeadamente a região de Trás-os- Montes”, afirmou, sublinhando que os 11 mil hectares já concretizados cumprem a meta inicial dos três primeiros anos.Dos próprios agricultores depende o futuro do sector, de acordo com as expectativas deixadas na sessão de abertura do congresso. Segundo os dados divulgados, nos anos sessenta produziam-se cerca de 90 mil toneladas de azeite em Portugal. Neste momento a produção não chega às 40 mil.O abandono dos olivais, a baixa dos preços do azeite e o desinvestimento do produtor são apontadas como as causas desta regressão. Para o vice-presidente da CAP, o que há a fazer é revitalizar todo o sector, tentando mecanizar os olivais tradicionais, convertê- los para se tornarem produtivos, incentivar o aparecimento de olivais intensivos novos e aderir às novas tecnologias de produção.Aos olivicultores foi pedido maior dinamismo e, sobretudo associativismo, por forma a tornar a produção mais competitiva. A desburocratização da “pesada máquina administrativa” foi também apontada como fundamental para o sector.O secretário de Estado assegurou que o Governo está a trabalhar para este fim com a criação de um grupo de acompanhamento e de uma estrutura inter-profissional, que serve de interlocutora. Referiu ainda o apoio à promoção do produto, através de uma medida da União Europeia, que permite, pela primeira vez, aos estados- membros criarem medidas de apoio directo à comercialização.Para o presidente da CAP, João Machado, os agricultores têm “pela frente muitos desafios, mas não razão para enfrentar o futuro com pessimismo”.“O que os agricultores têm é de saber produzir, saber estar no mercado. Olhem à vossa volta, olhem os colegas e saibam tirar ilações”, disse.O MIRANTE/Lusa

Mais Notícias

    A carregar...