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“Não temos uma atracção fatal pelo betão”

“Não temos uma atracção fatal pelo betão”

Presidente da ANMP desmistifica uma ideia feita, a pensar nos críticos

Perante uma plateia com muitos autarcas e homens da política, o presidente da Associação Nacional de Municípios desmistificou ideias feitas e rebateu as críticas da opinião publicada com números reveladores. As autarquias, com apenas dez por cento do bolo orçamental, são responsáveis por quase metade do investimento público. Foi segunda-feira, no Entroncamento, na apresentação do guia autárquico de O MIRANTE.

O presidente da Associação Nacional de Municípios deixou na segunda-feira fortes críticas a “alguns agentes da opinião publicada” pela forma dura como têm tratado os autarcas do nosso país. Fernando Ruas falava durante a cerimónia de apresentação do guia autáquico editado por MIRANTE, que decorreu nos Paços do Concelho do Entroncamento.“O poder local tem sofrido ataques ferozes vindos de sectores bem conhecidos”, afirmou Fernando Ruas sem especificar, acrescentando no entanto que essas manobras “não abalam a confiança que os portugueses têm nos seus autarcas”. Fernando Ruas, que é também presidente da Câmara Municipal de Viseu, lembrou sondagens recentes que revelam que os autarcas são dos agentes da política que mais credibilidade merecem aos portugueses. Uma situação que diz trazer-lhes “responsabilidades acrescidas”, mesmo quando são atacados “por quem não tem moral” para tal.“Estamos a falar de um poder local que com dez por cento do orçamento global é responsável por 18 por cento do emprego e por 45 por cento do investimento público” recordou o presidente da ANMP, que deu o exemplo de sectores como o do ambiente ou da cultura onde mais de metade do investimento nacional foi da responsabilidade das autarquias. Para o autarca, “os investimentos das autarquias cobrem todo o país e por isso são os mais democráticos. Porque os grandes investimentos da administração central vão sempre para os mesmos sítios”, observou.Essas alusões serviram para desmistificar a ideia de que os autarcas têm “uma atracção fatal” pelo betão e para frisar que as autarquias nunca se alhearam dos grandes desígnios nacionais, como foi o caso do Mundial de Andebol ou do Europeu de Futebol de 2004. O autarca contestou ainda que “se espalhem com alguma leviandade anátemas sobre os autarcas sem qualquer fundamento”, referindo que, por exemplo no seu caso, nunca reuniu com qualquer empreiteiro nem sabe sequer de onde vem o dinheiro que tem financiado as suas campanhas eleitorais.O secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas, concordou que os presidentes de câmara “não têm uma vida fácil”, mas deixou garantias de que tudo tem feito para a tornar menos espinhosa.Miguel Relvas revelou-se um crítico de bairrismos exacerbados e da excessiva “compartimentação” que existe no país. Situações que, na sua óptica, são obstáculos para o desejado combate às assimetrias. Para o governante, essa filosofia é fruto do “individualismo” dos portugueses, “que são muitas vezes reféns do seu próprio espaço” e não conseguem ver para além dos muros do seu quintal.Sobre a reforma em curso na administração pública, e que tem proporcionado a transferência de muitas competências da admnistração central para as autarquias, Miguel Relvas diz que o que interessa ao Governo e aos cidadãos é que os serviços prestados sejam “eficientes, céleres e transparentes”.
“Não temos uma atracção fatal pelo betão”

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