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Fidalgo renova suspensão de mandato

Vereador da Câmara de Tomar acusado de assédio sexual foi pressionado para renunciar

O vereador da Câmara Municipal de Tomar, António Fidalgo, requereu a prorrogação da suspensão do mandato por mais 120 dias, apesar de pressões do seu partido (PSD) para abandonar definitivamente o executivo. Há quatro meses que o vereador está afastado das funções, depois de ter sido acusado por quatro funcionárias da autarquia de assédio e coacção sexual. Queixosas e acusado já foram ouvidos há cerca de um mês pelo Ministério Público.

Apesar de fortemente pressionado por membros do partido (PSD) para renunciar de imediato ao cargo, o vereador da Câmara Municipal Tomar, acusado de assédio sexual por quatro funcionárias da autarquia, decidiu continuar a aguardar o desenrolar da situação como vereador com funções suspensas. Em ofício enviado à câmara na quarta-feira, dia 16, António Fidalgo solicitou a renovação da suspensão do seu mandato por mais 120 dias.Uma prerrogativa que a Lei dos Eleitos Locais lhe confere e da qual, segundo o nosso jornal apurou, o vereador estará disposto a tirar o máximo partido. De acordo com a referida legislação, qualquer pessoa que exerça um cargo autárquico pode pedir suspensão do seu mandato até ao máximo de um ano. Só findo esse prazo terá de optar entre regressar às funções ou renunciar ao cargo.O facto de António Fidalgo ter suspendido o mandato por mais quatro meses deixou “nervosos” alguns colegas de partido. Algumas fontes contactadas por O MIRANTE afirmam que houve mesmo “alguma pressão interna”, leia-se de dentro do próprio executivo camarário, para que o vereador solicitasse a renúncia do mandato.Em declarações ao nosso jornal, António Fidalgo escusou-se a fazer quaisquer comentários sobre o assunto, reafirmando que continua a “aguardar calma e serenamente” o desenrolar da situação e que falará só após estar concluído todo o processo que o envolve. “Até lá confio em Deus e na justiça”, disse. Essa é aliás uma frase que o acompanha desde que, em Março deste ano, foi acusado publicamente de assédio e coacção sexual por quatro mulheres, suas subordinadas directas.“Mais do que uma pessoa abordou António Fidalgo pedindo-lhe para ele renunciar”, referiu uma fonte da autarquia sem querer dar a cara, adiantando que o vereador “ainda tem bastante poder dentro do aparelho partidário (PSD), o que incomoda alguns colegas”.O presidente da autarquia nega ter exercido qualquer pressão sobre o vereador que detinha os pelouros da educação e das feiras e mercados para que renunciasse e referiu mesmo não acreditar que algum dos outros colegas vereadores tenham feito tal coisa. Mas há quem diga que António Paiva nunca perdoará a António Fidalgo o facto de ele ter posto a “sua” câmara nas bocas do mundo.MINISTÉRIO PÚBLICO EM ACÇÃOAs quatro funcionárias que a 17 de Março deste ano apresentaram formalmente queixa contra António Fidalgo por alegado assédio (duas queixosas) e coacção sexual (as duas restantes) já foram ouvidas pelo Ministério Público há cerca de um mês.Segundo confirmou ao nosso jornal um familiar de uma das queixosas, o procurador do Ministério Público terá ouvido os testemunhos de cada uma individualmente, não autorizando inclusive que os seus advogados estivessem presentes durante o interrogatório, o que levantou alguma celeuma entre os causídicos. Segundo o apurado o procurador terá também “puxado as orelhas” aos responsáveis camarários por ainda não terem apresentado as conclusões do inquérito interno feito às funcionárias, presidido por Sá Correia, advogado síndico da autarquia.

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