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Organização artificial para “sacar” dinheiro

Câmara de Torres Novas aprova adesão à Comunidade Urbana, mas CDU está contra
O vereador da CDU na câmara de Torres Novas, Carlos Tomé, foi o único a votar contra a adesão daquele município à Comunidade Urbana do Médio Tejo (os eleitos do PS e PSD presentes na reunião de 31 de Julho) votaram a favor. O autarca sustenta a sua posição no facto de a organização espacial que se propõe ser “artificial” e se destinar apenas a “sacar” dinheiro à União Europeia.“Uma verdadeira comunidade urbana deveria constituir-se como uma organização espacial concreta e caracterizada por pontos de identificação comuns e com possibilidades de desenvolvimento partilhadas”, defende o vereador numa extensa declaração de voto.Carlos Tomé interroga-se sobre a unidade da Comunidade Urbana do Médio Tejo que deverá integrar os 11 municípios que constituem a actual Associação de Municípios com o mesmo nome. “Será isso possível com municípios que não têm qualquer tipo de relação social. Económica ou cultural e nem sequer são territorialmente contíguos? Será isso possível em municípios que nunca até agora conseguiram produzir um único projecto intermunicipal, nem uma simples estrada que atravesse dois concelhos? Será isso possível entre autarcas que vivem de costas voltadas uns para os outros, olhando apenas para os respectivos umbigos e capazes de tudo pela liderança deste ou de qualquer outro projecto regional que dê estatuto político?”.O autarca da CDU diz mais à frente que faria muito mais sentido “que os projectos de desenvolvimento articulado e intermunicipal fossem estabelecidos prioritariamente com os municípios de vizinhança mais chegada e com os quais temos (Torres Novas) relações naturais nos diversos aspectos da vida social, económica e cultural”, mas lembra que a decisão do Governo de incluir municípios como a Golegã e Chamusca, que integram a Associação de Municípios da Lezíria do Tejo, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, ao passo que Torres Novas integra a Comissão Centro, inviabiliza essa cooperação.Para Carlos Tomé, a decisão do Governo “de dividir a Região de Lisboa e Vale do Tejo em duas e de instituir a criação de novas áreas urbanas é incorrecta, atabalhoada e vem criar mais desorganização no caos actual que é a divisão político-administrativa do país” e, segundo diz, “as propostas dos municípios de adesão a tal engenharia política, mais não são do que atitudes oportunistas na perspectiva de lideranças políticas e tendo como objectivo essencial tentar continuar a aproveitar os fundos comunitários, agora que a árvore das patacas está a secar”.

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