uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Achados em avaliação

Peças encontradas no Tejo estão no Centro de Arqueologia Subaquática

Estudo das ruínas descobertas no leito do Tejo junto a um dos pilares da ponte Salgueiro Maia , está condicionado pelo eventual interesse patrimonial dos objectos ali recolhidos.

Os achados arqueológicos descobertos, há um ano, no rio Tejo, na zona de Almeirim, estão a ser avaliados pelo Centro Nacio -nal de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNAS). As peças, que entretanto foram catalogadas, vão permitir apurar o interesse patrimonial da descoberta. Com base no resultado dos testes, os técnicos do CNAS podem deslocar-se ao local, no sentido de recolher mais vestígios. Recorde-se que este caso foi tornado público em Setembro do ano passado, quando se descobriram ruínas de uma construção ainda não identificada, junto aos pilares da Ponte Salgueiro Maia, que liga Almeirim a Santarém. Quem percorre aquela zona, habitualmente, assegurou que até esse momento nada daquilo era visível. Durante algum tempo, o local foi alvo de constantes visitas e houve denúncias de pilhagens de objectos valiosos, entre os quais moedas de prata. Uma situação que acabou a partir do momento em que os responsáveis da quinta da Lezíria da Palmeira, situada na margem esquerda do Tejo, impediram a passagem de pessoas pelos seus terrenos - único acesso por terra ao local. Os primeiros vestígios, que repousam a cerca de 50 metros a montante dos pilares da Ponte Salgueiro Maia, foram detectados em meados de Julho. Nessa altura, o nível da água do rio estava bastante baixo. Não existem explicações científicas sobre o facto de as ruínas estarem no leito do rio. No entanto, existe a possibilidade de, há centenas de anos, o Tejo não passar naquele local. E que, por efeito das correntes e da erosão do solo, se tenha desviado. Um dos funcionários da quinta, propriedade do Casal Branco, uma casa agrícola de Almeirim, estima que a construção tem uma área de 10 mil metros quadrados. No interior, assegura José Cardoso, existem canos em cerâmica, artefactos em barro vermelho como jarras e púcaros e moedas antigas.Segundo o vereador da Cultura da Câmara de Almeirim, João Torres, “existe para já a perspectiva de que algumas moedas descobertas são muito antigas”. “Numa primeira avaliação a olho nu identificam-se algumas peças da época romana”, explicou. “Há quem avance com a ideia de que se trata de uma quinta antiga, mas também se pode tratar da casa de um agricultor, ou uma construção romana”, acrescentou o vereador. Mas mesmo que as peças tenham poucas centenas de anos, João Torres garantiu que têm interesse, sobretudo para recolher elementos sobre a história de Almeirim. Em relação à protecção das ruínas pouco há a fazer, já que estão sob a influência do rio. Há inclusivamente o risco de voltarem a ficar escondidas pela areia, como aconteceu até aqui, devido ao assoreamento do Tejo. Por isso, o vereador sublinha que as peças recolhidas vão ser preservadas. A perspectiva para já é de as expor em locais públicos, como a biblioteca municipal, o posto de turismo, ou a futura galeria do cine-teatro, de modo a poderem ser vistas pelo público. Mas só após a realização de todos os testes e estudos.

Mais Notícias

    A carregar...