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Carolice informativa na net

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António Miguel e a receita do entroncamentoonline

Compra-se um livro da colecção “faça você mesmo”, um computador, uma máquina fotográfica digital e junta-se muita carolice. Está feito um “jornal” digital. A receita foi aplicada no Entroncamento por António Miguel, um bancário apaixonado pela informação.

O puro gozo de informar levou António Miguel, um bancário de 46 anos residente no Entroncamento, a lançar-se, há quase dois anos, no mundo da internet. Comprou um livro sobre construção de páginas e aos poucos, com a ajuda dos filhos, criou o entroncamentoonline.pt, um site com notícias variadas sobre a cidade ferroviária.O livro de Front Page, um programa de construção de páginas, custou-lhe apenas cinco euros numa livraria de Lisboa, mas até que o site surgisse na rede passaram-se várias semanas. Foram muitas horas a queimar as pestanas em frente ao computador, ao final do dia, mas em meados de Setembro de 2001, o Entroncamento ficou, finalmente, on-line.Quando acedeu pela primeira vez ao site, António Miguel confessa que sentiu “um gozo enorme”. O primeiro passo estava dado, mas a responsabilidade não acabava ali. Havia que divulgar o endereço e garantir a frequência das actualizações, o que não se afigurava nada fácil, até porque a sua vida profissional era feita em Santarém.A divulgação inicial foi feita boca a boca através dos amigos. Mais tarde colocou um contador de visitantes e começou a ficar entusiasmado com o número de visitas, que ia sempre aumentando.Um dia, tinha o site ainda escassos meses, António Miguel sentiu mais uma grande alegria. Numa reunião do executivo da Câmara do Entroncamento, os vereadores estavam a discutir um assunto e tinham cópias de uma entrevista que tinha saído no site. Nesse momento “cresceu” uns bons centímetros, mas não demorou muito a ter outros motivos de satisfação. Por mais de uma vez, quando estava calmamente a beber um café, ouviu comentários elogiosos às notícias do site, sem que as pessoas soubessem que ele era o responsável por elas.Com uma média diária de mais de uma centena de visitas, o responsável pelo entroncamentoonline faz questão de ter pelo menos uma notícia nova todos os dias. “É um bocado frustrante as pessoas irem ao site hoje, voltarem amanhã e aquilo estar na mesma, que é o que acontece com muitos sites do distrito de Santarém, alguns que estão desactualizados há anos”, refere o jornalista cibernáutico, que esteve recentemente 15 dias de férias mas não deixou de actualizar o site quase diariamente.O site criado por António Miguel pode ser consultado no endereço www.entroncamen toonline.pt. As notícias sobre o Entroncamento preenchem grande parte do site, mas há ainda espaço para outras informações. Do tempo às farmácias de serviço, da agenda cultural ao horário dos comboios, passando por links a outros sites, sem esquecer o fórum e o correio dos leitores, são várias as informações e opiniões que se podem encontrar nesta página pessoal de utilidade pública.A falta de colaboradores é a maior dificuldade do projecto. “O site vai estagnar se eu não conseguir arranjar dois ou três colaboradores mais activos”, prevê António Miguel.Apesar da responsabilidade que sente, António Miguel encara a produção do site como se fosse um hobbie… No entanto, é um hobbie dispendioso, porque entre registo do nome, aluguer do espaço, contas telefónicas, máquinas fotográficas digitais e PC portátil já gastou uns milhares de euros, mas nada que o faça desistir. “É como se fosse pescador ou caçador e tivesse de comprar os anzóis ou os cartuchos”, acrescenta.Diariamente, a primeira coisa que faz quando chega a casa é ler o correio electrónico, para onde muitos dos seus amigos informadores enviam as notícias. Aqui não esquece a chefe de redacção do jornal O Entroncamento, que também lhe manda muitas notícias. Depois do jantar e do café da ordem, fica em frente ao ecrã pelo menos até à meia-noite.A família apoia-o, mas os filhos, que o ajudaram de início, acharam que era areia a mais para a sua camioneta e aos poucos foram desistindo. Recentemente houve um grupo de cinco pessoas do Isla de Santarém que começou a colaborar com ele, mas que também se foi desinteressando.A falta de colaboradores é a maior dificuldade do projecto. “O site vai estagnar se eu não conseguir arranjar dois ou três colaboradores mais activos”, prevê António Miguel. O problema é que, não estando colectado das finanças, não pode facturar publicidade, e sem publicidade não há incentivos aos colaboradores.Mas, seja de costas ou de barriga, António Miguel garante que o site não vai acabar, até porque quem corre por gosto não cansa. “Dá-me gozo saber que se acontecer aqui alguma coisa eu daqui a cinco minutos ou dez, quando chegar a casa, posso pôr a notícia no ar. Vou lutar para que isso não acabe”, promete.Jorge Guedes
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