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31 anos do jornal o Mirante

Só falta uma pequena prova para concretizar o sonho

Luís Inácio, mais um árbitro internacional de hóquei em patins no Ribatejo

Luís Inácio tem apenas 31 anos, mas já está a atingir o topo da arbitragem portuguesa, na modalidade de hóquei em patins. Com uma ascensão muito rápida, no panorama nacional, este natural de Torres Novas que reside em Constância prepara-se agora para ser internacional. A prova dos nove, que, se tudo correr bem, lhe dará as insígnias da federação internacional, deverá ser feita ainda este ano.

Luís Inácio entrou para a arbitragem de hóquei em patins há 10 anos, com a convicção de ir o mais longe possível. O sonho maior era atingir o topo, a internacionalização. Sonho que está prestes a concretizar-se. Para o conseguir falta apenas uma pequena prova a ser efectuada, num dos próximos eventos internacionais, a disputar em Portugal, ainda este ano.O hóquei em patins é uma paixão que já vem dos tempos da juventude. Luís Inácio percorreu todas as categorias de jovens no clube da sua terra - o Desportivo de Torres Novas - onde foi um jogador dedicado. “Só deixei o clube quando a prática da modalidade sofreu um interregno. Foi no ano em que passei de júnior a sénior, precisamente a altura em que o clube não formou equipa nesse escalão”.Durante duas épocas, Luís Inácio ainda jogou nos Tigres de Almeirim mas, aos 22 anos e a começar uma carreira militar, decidiu deixar a prática de hóquei em patins como jogador. O bichinho da modalidade levou-o para outra área: a da arbitragem. Fez um curso e, posteriormente, passou a integrar o quadro de estagiá-rios da arbitragem da Associação de Patinagem do Ribatejo. Daí até a ser proposto para internacional foi uma passagem quase meteórica.Luís Inácio esteve um ano como estagiário, dois como árbitro regional, três na segunda nacional e dois na primeira, antes de ser proposto a internacional. “Apenas perdi um ano até à internacionalização. Na segunda divisão, estive três quando o mínimo obrigatório era dois”, diz Luís Inácio com mal disfarçado orgulho de uma carreira bem conseguida.Numa Associação de Patinagem do Ribatejo que se orgulha de já ter tido nos seus quadros um árbitro que foi considerado quatro vezes o melhor do mundo - Armelim Ferreira, do Entroncamento - e teve outros juízes internacionais de grande categoria, como Sabino ou Medinas, na actualidade apenas conta com um internacional - Jorge Emídio - que faz dupla, precisamente, com Luís Inácio. Esta internacionalização vem provar que a região está no bom caminho.Na arbitragem, onde para se singrar é necessário ter uma grande disponibilidade, um amor muito grande à causa e uma grande dose de sorte nos jogos, onde se é observado, Luís Inácio garante que quando veio para a arbitragem já tinha como objectivos ir até ao topo. “Vivo intensamente para a concretização deste sonho e, por isso, tenho tido sempre boas classificações, quer dos delegados técnicos, quer também nas provas físicas e escritas que temos que realizar anualmente”.Aos trinta e um anos, Luís Inácio vai atingir o topo da arbitragem do hóquei em patins, mas a sua carreira foi feita sem grandes sobressaltos ou grandes problemas. “Casos negativos em jogos, tive apenas um problema em São João da Madeira, num jogo em que até nada estava em jogo”. Como factores positivos na sua carreira, Luís Inácio refere que “todos os jogos são importantes”, mas refere com satisfação a sua estreia na primeira categoria nacional, num jogo Futebol Clube do Porto – Física de Torres, uma partida que apesar de algum nervoso miudinho lhe correu muito bem. Mais recentemente, já esta época, os olhos de Luís Inácio brilham quando falam da sua actuação e de Jorge Emídio, na final da Supertaça de Portugal, num jogo que opôs o Porto ao Benfica. “Foi sem dúvida a melhor prova de confiança do Conselho Nacional de Arbitragem, que me deixou muito satisfeito. O jogo foi muito bem disputado e no final, toda a gente nos deu os parabéns pela nossa actuação”.Enquanto espera pela prova internacional, Luís Inácio vai continuar a fazer parte do lote restrito de vinte e seis árbitros de primeira categoria e, vai manter com Jorge Emídio a única dupla ribatejana em acção ao mais alto nível. Sabe que, para isso tem que pedir alguns sacrifícios à sua família, porque os fins-de-semana estão quase todos ocupados com a arbitragem.Na verdade, para se ser árbitro de primeiro plano de hóquei em patins, onde as contrapartidas até não são muito elevadas - “no futebol ganha-se muito mais”, diz - é preciso muito amor à causa. Como exemplo da ocupação de tempo, Luís Inácio aponta o facto de numa carreira que vai entrar no décimo ano, já ter apitado o jogo mil. “É obra, mas é também a prova cabal da dedicação que tenho pela arbitragem”. Dedicação que, afinal, é plenamente reconhecida pelos responsáveis pela arbitragem nacional, que não hesitaram em propor Luís Inácio para internacional.

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