uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Susana Feitor foi a melhor na Marcha

Campeonato do Mundo de Atletismo - Paris2003

Susana Feitor, ao terminar na nona posição, foi a portuguesa melhor classificada nas provas de marcha atlética do Campeonato do Mundo de Atletismo, que se está a realizar em Paris, França. Vera Santos foi 15ª na mesma prova, enquanto nos 20 quilómetros marcha, João Vieira foi 17º. Refira-se que todos os atletas marcham no Clube de Natação de Rio Maior.A final dos dez quilómetros femininos viria a ser ganha, com alguma surpresa, pela russa Nikolaieva, campeã olímpica de 1996, que desde então não conseguia um grande sucesso. Nikolaieva era detentora da melhor marca do ano, mas esperava-se muito mais da “chefe-de-fila” das russas, Olimpíada Ivanova que, surpreendentemente, desistiu por lesão logo no primeiro quilómetro.

Com a campeã e recordista mundial de fora, um grupo de três adiantou-se, para discutir a vitória: Nikolayeva, a irlandesa Gillian O’Sullivan (segunda no final) e a italiana Elisabetta Perrone (mais tarde desistente).Susana Feitor passou ao quinto quilómetro em oitava, mantendo-se até ao final mais, ou menos nessa zona da classificação. Vera Santos começava sem pressionar e era 34ª, na mesma altura. A meio da prova, Susana é nona e Vera sobe para 30ª, e ao km 15 Susana segue em sétima, enquanto Vera prossegue a sua subida fulgurante na tabela, sendo já 20ª. No final, Susana viu-se um pouco inibida de atacar, já que tinha dois avisos dos juízes, por faltas técnicas, e ao terceiro era desclassificada. Quanto a Vera Santos, terminou sem qualquer aviso.Atraso nas bolsas desmotiva marchadorasNo final da prova, Susana Feitor e Vera Santos não esconderam algum desalento pelo que consideraram falta de apoio federativo. Os atrasos dos pagamentos nas bolsas devidas aos atletas de alta competição são “desmotivantes”, garantiu Susana, sobretudo quando essa situação já se arrasta desde Janeiro.“Desde o início do ano que não recebo nada por ser atleta do projecto olímpico, e se estou aqui a competir é graças ao apoio que o clube (CN Rio Maior) e o patrocinador (Carnes Nobre) têm mantido”, desabafa a atleta. “Eu não peço grande coisa. Só quero condições para fazer bem atletismo”, diz Susana Feitor, que também é dirigente da associação de atletas de alta competição.“Compreendo os problemas de dinheiro da FPA, mas estas são verbas do projecto olímpico, pagas pelo Comité Olímpico, e deviam ser utilizadas com a preparação dos atletas”, acrescenta. “Vamos preparar uma reunião de atletas (de alta competição) e pedir mais explicações à FPA. Espero uma mudança de posição, face aos atrasos”, refere ainda.“Estou descontente, claro. Nunca faria uma greve à selecção, gosto muito de competir por Portugal, mas pelo menos que nos paguem as despesas de estágio e preparação”, concluiu.Vera Santos também se queixa de atrasos e de “falta de continuidade” de pagamentos, o que “estimula pouco apostar-se na alta competição”. Mas, por outro lado, é uma atleta feliz com o resultado que obteve em Paris e que foi o seu segundo recorde pessoal da épocaJoão Vieira é que não aproveitou uma prova de 20 quilómetros de marcha “perfeita”, em termos de ritmo, temperatura e humidade atmosférica, terminando num modesto 17º lugar, bem longe dos primeiros.A primeira final dos IX Mundiais de atletismo viria a ser ganha pelo equatoriano Jefferson Perez, o campeão olímpico de Atlanta 96, que estabeleceu a melhor marca mundial de sempre para aquela distância, em estrada.Quanto a João Vieira, que era consensualmente apontado para poder chegar por volta do oitavo lugar, nunca esteve na discussão da frente e bem cedo descolou do grupo de uma dezena que fez a perseguição ao espanhol fugitivo. Vieira, ao concluir em 1h22m07s, ficou a 1.37 minutos do seu melhor do ano (que é o recorde nacional), constituindo a primeira desilusão portuguesa nestes Mundiais de atletismo.RUI SILVA NA FINALNa terça-feira à noite, hora do fecho desta edição, as grandes esperanças do atletismo português nestes mundiais de atletismo estavam depositadas noutro ribatejano. Rui Silva está apurado para a final dos 1500 metros e dele, já se sabe, é de esperar o melhor.No entanto o grande favorito para a final, marcada para quarta-feira, é o marroquino Hicham el Guerrouj, que tenta um quarto título consecutivo.

Mais Notícias

    A carregar...