uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Jipe para todo o serviço

Vereador da protecção civil explica-se ao presidente da Câmara de Tomar

O vereador da Protecção Civil de Tomar já deu explicações sobre as circunstâncias em que utilizou o jipe que lhe está distribuído e que, no dia em que embarcou de férias, se viu envolvido num acidente em Lisboa.

O vereador da Câmara de Tomar com o pelouro da Protecção Civil foi “obrigado” a fazer uma informação ao presidente do executivo na sequência do acidente de viação ocorrido a 12 de Agosto junto à rotunda do aeroporto. O acidente envolveu o jipe recentemente adquirido pela autarquia para uso do vereador em funções de representação da autarquia.Em nove parágrafos, José Mendes explica ao presidente os passos que deu nesse dia ao serviço da câmara, justificando a utilização do veículo no mesmo dia em que partia de férias para Itália com a realização de uma reunião de trabalho em Lisboa.“Porque me ia ausentar do País, e para que o veículo que utilizo pudesse ficar à disposição do Comando dos Bombeiros Municipais de Tomar para eventual uso em caso de necessidade, dei indicação ao senhor comandante para que se fosse buscar o veículo, pelas 11h30, em Lisboa, com local de encontro marcado no aeroporto”, refere a missiva.Na pormenorizada carta, o vereador diz ainda ter entregue as chaves do jipe, “pelas 11h30”, ao bombeiro Bernardino Cotrim, “que pode confirmar que a minha família já se encontrava no aeroporto aguardando a minha chegada da reunião”. Dez minutos depois, já de regresso a Tomar, Bernardino Cotrim envolveu-se num aparatoso acidente, do qual sofreu uma fractura de clavícula, tendo o veículo ficado também bastante danificado.A coberto de ter de estar 24 horas por dia disponível para assumir as responsabilidades inerentes à sua função, José Mendes tem usado o veículo nas mais diversas situações pessoais.Apesar da demonstrada inocência relativamente a este acidente, a verdade é que a actuação do vereador relativamente ao uso do jipe da Protecção Civil continua a motivar insinuações na cidade. A coberto de ter de estar 24 horas por dia disponível para assumir as responsabilidades inerentes à sua função, José Mendes tem usado o veículo nas mais diversas situações pessoais.Como quando foi passar férias a Sesimbra e levou o jipe, sob o pretexto de que poderia ser chamado a qualquer momento. O carro acabou por ficar na vila piscatória durante todo o período de férias do vereador, tendo sido utilizado para fins particulares.Uma situação que não agradou ao presidente da autarquia. Embora cuidadoso na abordagem desta questão, António Paiva acabou por afirmar ao nosso jornal que o facto do vereador “ter o jipe consigo de férias não faz sentido”, tendo aliás já feito saber que cada vez que José Mendes se ausentar e tiver de ser chamado “os serviços podem ir buscá-lo”. “É um direito que lhe assiste”, referiu, adiantando que o veículo deve ficar em Tomar para uma situação de emergência.Apesar de, como o próprio afirma, “exercer um pelouro de responsabilidade sem qualquer remuneração”, ou talvez por isso, José Mendes sempre tentou que houvesse alguma “contrapartida” a essa função. Como o de poder estacionar no parque de estacionamento atrás do edifício camarário sem ter de pagar o respectivo parquímetro. Uma “benesse” que os vereadores a tempo inteiro nunca reclamaram.Segundo o nosso jornal apurou, José Mendes terá também recebido uma chamada de atenção por parte de António Paiva relativamente aos avultados gastos despendidos em almoços e jantares, em “representação” da câmara.

Mais Notícias

    A carregar...