No Relatório Mundial sobre o Investimento, a UNCTAD divulga dois índices que comparam a quota de IDE captada por cada país com o seu potencial de atracção destes fluxos entre 1988 e 2001. Portugal surge na 34/a posição no índice do potencial e na 52/a posição no “ranking” relativo à captação de IDE.Os valores portugueses nestes índices apresentam uma evolução contraditória: enquanto o potencial aumenta, a quota portuguesa no total mundial dos fluxos captados diminui. Assim, a quota portuguesa de 3,07 por cento no período 1988- 1990 caiu para 1,205 no conjunto 1993-1995 para tornar a descer no triénio 1999-2001, desta vez para 1,184 por cento.Ao contrário, o índice que dá conta do potencial português de atracção de IDE, elaborado com base em oito variáveis sociais e económicas, subiu nestes mesmos períodos, de 0,201 para 0,273 e 0,29, respectivamente.Entre as variáveis consideradas no índice relativo ao potencial estão o risco do país, a relevância da importação de componentes electrónicos e de automóveis e da exportação de recursos naturais e serviços, o consumo de energia, as despesas em investigação e desenvolvimento e a quantidade de telefones fixos e móveis.No final de 2002, o stock de IDE em Portugal ascendia a 43.962 milhões de dólares, equivalente a 36 por cento do produto interno bruto (PIB). Ao contrário, o stock do investimento português no estrangeiro nesta altura era de 31.983 milhões de dólares.Ainda com referência a 2002, o fluxo de IDE destinado a Portugal foi de 4.276 milhões de dólares, representando 13,6 por cento da formação bruta de capital fixo (FBCF). No sentido contrário, Portugal investiu durante este ano no estrangeiro 3.523 milhões de dólares.O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) corresponde a um envolvimento a longo prazo de uma empresa de um país em uma empresa de outro país, pressupondo uma relação de controlo por parte da empresa investidora, por norma associada a uma posição mínima de 10 por cento no capital da empresa em que se investiu.O IDE distingue-se do designado investimento de carteira, por este ser volátil e ter uma natureza especulativa, associada à intenção de obter ganhos de curto prazo.Lusa