Sr. Rui, é verdade que improvisamos a prática de skate no jardim de S.Domingos. Mas fazêmo-lo da mesma forma que determinadas pessoas que chegam ao ringue para jogar à bola e encontrando o espaço lotado, sem alternativas, jogam, fora do espaço do ringue, no jardim. Não é destruindo, como o senhor sugere. Com tudo isto só posso subscrever a afirmação de má gestão urbana feita pela autarquia nos últimos anos.O senhor enquanto jogador de cartas reivindica um espaço para jogar. Não sei se em países desenvolvidos existem casinos nas principais cidades mas que há skateparques públicos posso testemunhar-lhe, inclusive com fotografias, pois durante os 19 anos que habito em S.Domingos tive oportunidade de viajar pelo estrangeiro com o skate de baixo do braço. Por exemplo, na Suíça, até no aeroporto as pessoas deslocam-se em cima do skate. Estará o aeroporto destruido? Não parece, nem há sequer razões para tais afirmações. Se as autarquias dotam as cidades de estruturas desportivas como campos de futebol porque é que não deverão colocar igualmente à disposição skateparques? O skate não é um desporto menos digno, e a prová-lo, enquanto movimento em forte crescimento, está a proliferação de skateparques públicos colocados à disposição pelas autarquias (veja fotografia do skateparque de Almeirim), os circuitos competitivos bem organizados [recentemente o nosso conterrâneo Samuel Farinha de S.Domingos alcançou um sexto-lugar na final do Circuito Amador (para mais informações vide www.radicalskateclube.com) e a indústria já movimenta uns milhões de contos, sustentando empregos a muitas famílias e contribuindo em termos de balança comercial no que toca a exportações (...). Uma nota final elucidativa: o incomodativo termo hooligans que foi escrito pelas paredes da cidade é derivado de um determinado espírito desportivo, mas não o é de certeza do skate!Artur Casaca - Santarém