As empresas do concelho de Azambuja, que apresentarem lucros nos resultados apurados em 2003, vão pagar 10 por cento do valor da colecta do IRC (Impostos Sobre Pessoas Colectivas). A decisão de lançar a derrama foi aprovada na reunião de 11 de Setembro pela maioria PS, com o voto contra do PSD e a abstenção da CDU. O presidente Joaquim Ramos lembrou que a medida já é habitual e que não houve aumento da taxa a aplicar.A previsão feita a partir da média obtida nos dois últimos anos apontava para uma receita de 2,7 milhões de euros, proveniente da derrama. Feitas as contas, a câmara só arrecadou 1,1 milhões de euros. O presidente prevê um valor ainda mais baixo no próximo ano. Joaquim Ramos sustenta a sua previsão na redução da colecta do IRC, causada pela redução da taxa a aplicar e pela quebra dos lucros das empresas que deriva da recessão económica que o país está a viver.A vereadora da CDU justificou a abstenção com o facto de defender uma taxa mais baixa. Elsa Cochinho lembrou que já o ano passado a CDU defendeu a taxa de oito por cento e considerou excessivo o valor aprovado pela maioria. O vereador do PSD, António Jorge Lopes fez uma declaração de voto, onde justificou a sua oposição à derrama, por considerar que prejudica as pequenas e médias sociedades do concelho e não serve o desenvolvimento do município. “É aplicada para obras de fachada”, acrescentou.Entretanto o presidente da câmara informou o executivo da débil situação financeira da autarquia.Joaquim Ramos lembrou que, nesta altura, o município só recebeu 24 por cento da receita da sisa prevista, quando já deveria ter recebido 70 por cento. A autarquia está a aguardar o pagamento de 600 licenças de construção que não foram levantadas por alegada incapacidade dos requerentes de avançar com as obras. Neste momento, regista-se uma quebra de quatro milhões de euros em relação ao valor previsto nas receitas. “Estamos numa situação aflitiva”, comentou o presidente. Na mesma reunião, o edil comunicou que o rateio feito pela Direcção Geral das Autarquias Locais permitirá à Azambuja contrair empréstimos até 117 mil euros. A câmara vai aproveitar a oportunidade e decidiu, com duas abstenções da oposição, fazer um empréstimo na Caixa Geral de Depósitos porque que foi o banco que apresentou melhor proposta. A verba destina-se a dar continuidade ao programa de beneficiação da rede viária municipal que tem vindo a ser desenvolvido do alto para o baixo concelho. Desta vez, serão contempladas as freguesias de Vale do Paraíso, Aveiras de Baixo e Azambuja.