A vereadora do PSD na Câmara de Santarém, Hélia Félix, na reunião do executivo de segunda-feira acusou a maioria socialista de estar a “asfixiar” o normal funcionamento de algumas juntas de freguesia e associações do concelho.Em causa está a falta de pagamento, por parte do município, de subsídios ou transferências de verbas já deliberadas e que inclusivamente estão inscritas no orçamento para o corrente ano.“Existem algumas freguesias que não receberam nada do que estava orçamentado para 2003 para determinadas obras e já passaram quase nove meses. As juntas têm compromissos que assumiram, inclusivamente para obras que já estão feitas. Essa situação traz-lhes graves prejuízos”, argumentou Hélia Félix, criticando a postura da gestão liderada por Rui Barreiro (PS).A vereadora referiu ainda que os subsídios a associações culturais, já deliberados e que ainda não foram entregues, podem “estrangular a actividade” dessas colectividades. “Tal como aconteceu com o Grupo de Dadores de Sangue de Pernes, cujo subsídio foi deliberado em Maio de 2003 e ainda não foi pago”, exemplificou. Embora esse nem seja um dos casos mais flagrantes. Há subsídios atribuídos pela câmara que têm transitado de anos anteriores e que ainda estão por liquidar.Na resposta, o presidente da câmara reconheceu o atraso na atribuição dos subsídios, mas assumiu que a prioridade passa pela aplicação dos dinheiros públicos na execução de obras, designadamente as que são comparticipadas por fundos comunitários.“Se calhar seria mais simpático perder fundos comunitários e cumprir o pagamento desses subsídios, mas este é o nosso princípio e não saíremos deles”, ripostou Rui Barreiro, que acrescentou: “Gostava de já ter feito nestes nove meses todas as transferências para as juntas de freguesia, mas tal não foi possível”.A resposta do presidente do município não convenceu Hélia Félix, que reforçou: “Não podemos bloquear a actividade das associações e das juntas de freguesia. Quando se fala em prioridades tem de se ter em atenção a essa situação”.