O cantor que também quer ser escritor
Pedro Barroso apresenta “Das mulheres e do mundo”
“Das mulheres e do mundo” é o segundo livro de poesia de Pedro Barroso, autor, compositor e intérprete residente em Riachos, Torres Novas. A obra, editada por O MIRANTE, foi lançada na passada sexta-feira, 10 de Outubro, no auditório do Equuspolis, na Golegã.
Pedro Barroso - que escreveu “enquanto estiver, sou vivo/enquanto for vivo, estarei” - dissertou sobre a sua carreira de autor e mencionou a grande influência que o escritor Vergílio Ferreira teve na sua vida. “Foi ele que me fez decidir que eu não seria um homem de ciências, que a minha vida seria dedicada à arte e à cultura”.No entanto, a “sentença” de ter de participar na guerra colonial fê-lo optar por um curso com correspondência no estrangeiro. Formou-se em Educação Física, em 1973, no Instituto Nacional de Educação Física, cumpriu o serviço militar como oficial da Marinha e foi mais de 20 anos professor efectivo do Ensino Secundário: “Precisava de ter aptidões reconhecidas no estrangeiro, podia-me ser necessário se saísse do país. Era atleta internacional aqui há 70 quilos a menos e isso facilitava as coisas. Mais tarde tirei uma pós-graduação em Psicoterapia Comportamental e aí retomei um pouco as minhas opções”, disse a O MIRANTE.Há 34 anos estreou-se como cantor e depois de ter percorrido o mundo, considera que a nível musical “tirou todas as mestranças”: “Na música já não tenho nada a provar, já fiz tudo”. A escrita apresenta-se agora como o novo caminho a seguir. “Penso que vou ser cada vez mais escritor e menos cantor. Qualquer dia a voz poderá começar a faltar e já estou a escrever”.Porém, o “espartilho” de escrever métricas certas para poderem ser cantadas continua a estar presente na sua poesia: “Penso que isso vai acontecendo cada vez menos e neste livro muitos dos poemas já não poderiam ser musicados”.Depois de “Das mulheres e do mundo”, Pedro Barroso prepara um novo livro, irónico, sobre Portugal, um país que considera inolvidável: “Só neste país é que se fazem pontes para peões que caem sobre os carros. Isto não existe em mais lado nenhum do mundo. É impensável que haja pontes que caiam ao rio arrastando carros e camionetas cheias de passageiros”. O livro vai chamar-se “Crónicas da ditosa pátria”.Veiga Maltez, presidente da Câmara Municipal da Golegã, juntamente com Joaquim António Emídio, editor, apresentaram a obra de Pedro Barroso. O autarca elogiou as qualidades de Pedro Barroso e congratulou-se com a escolha da Golegã para a divulgação pública de “Das mulheres e do mundo”.O livro, com preço de capa de 9 euros, vai ser distribuído pela Assírio e Alvim e faz parte da Colecção Alma Nova das edições O MIRANTE. Desta colecção, que já conta com perto de 20 títulos, foram também apresentadas as obras “Caosmologia”, de Mário Rui Silvestre, “Nocturnos litorais”, de Luís Miranda Rocha, “O saco do adeus”, de José do Carmo Francisco, e “A palavra emocional”, de Joaquim António Emídio.
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