Disponível a qualquer hora
Amândio Ribeiro Esteves é mediador de seguros em Santarém
Um profissional de seguros tem que estar disponível 24 horas por dia. É esse o lema de Amândio Ribeiro Esteves, mediador há 21 anos, que ocupa os seus dias a vender um produto “que não se vê”. Faz negócios em todos os ramos. Só não arranjou ainda um seguro que cobrisse os pássaros de uma cliente que se entusiasmou com o pacote de coberturas de um multiriscos habitação.
Amândio Ribeiro Esteves, 44 anos, é mediador profissional há 21 anos. Vende seguros para quase todas as áreas. Só não arranjou ainda um seguro que cobrisse pássaros. “Uma senhora que fez um seguro multiriscos habitação e que tinha uma gaiola com aves ficou tão entusiasmada com o pacote de coberturas que quase queria que fizesse um seguro de vida aos pássaros. Mas também já me têm perguntado se é possível segurar o cão para o caso de morrer”, descreve.O mediador de seguros trabalha desde Abril no seu novo escritório, na Avenida António dos Santos, em Santarém, como agente quase exclusivo da Liberty Europeia. Antes de se estabelecer por conta própria colaborou vários anos com a Companhia Europeia de Seguros. Frequentou um curso inicial de mediação, mas ainda hoje continua a valorizar a actualização constante para acompanhar as exigências de mercado e dos clientes, que não são como antigamente. “Há uns anos, quando se falava num seguro de vida a pessoa ficava mal impressionada. Hoje há quem procure porque existe mais informação que é vista como segurança para quem cá fica. Já se pensa no dia a dia e no dia seguinte”.A função do mediador de seguros é gerir a carteira de seguros do cliente, que inclui a escolha do tipo de produto adequado a cada cliente de acordo com a actividade e disponibilidade financeira. O profissional de seguros faz também o acompanhamento em caso de sinistro. “Antigamente a função dos mediadores era pouco mais que receber as comissões. Era um simples intermediário do contrato. A partir daí, se o cliente precisasse de apoio tinha que dirigir-se à seguradora. Ainda resistem alguns, mas penso que terão os dias contados”.O profissional de seguros tem que estar disponível 24 horas por dia. “Quem levar esta actividade a sério tem que se dedicar com bastante empenho porque o telemóvel toca às 22h00 ou 00h00, seja sábado ou domingo. Já me chegaram a telefonar às quatro e meia da manhã a pedir um pronto-socorro”, exemplifica.Amândio Esteves, residente em Santarém, chega ao escritório às 08h30, mas em vez de regressar a casa às 18h00 o trabalho prolonga-se por vezes durante a noite. “Este ano não tive férias. E mesmo quando consigo tirar alguns dias o telemóvel está sempre ligado”. Vende seguros para todos os ramos, mas o “postal de visita” é o seguro automóvel - o mais vendido em Portugal. Além dos seguros de “não vida ou reais”, que incluem o automóvel, multiriscos, responsabilidade civil, acidentes de trabalho ou pessoais, também comercializa os seguros de vida, um capital que vai segurar o risco da pessoa vir a falecer. Apesar da situação socio-económica do país não ser a mais favorável, os seguros têm sempre saída. “Costumo dizer que os seguros são males necessários”.À distância, por telefone, tem ajudado a resolver muitas situações que poderiam ser complicadas, sobretudo no que diz respeito ao preenchimento da declaração amigável em caso de acidente. “É preciso verificar se a matrícula de determinado carro corresponde à carta verde. É meio caminho andado para que o sinistro seja bem resolvido”.O mediador de seguros tem sempre a preocupação de se dirigir ao cliente de acordo com a especificidade de cada um. “O mediador de seguros é quase um psicólogo. Por vezes as pessoas aparecem com problemas vários e têm dificuldade em dizer aquilo que querem”.Para Amândio Esteves é importante que o cliente sinta que existe um espaço onde se pode dirigir. “O ter o escritório no carro não é solução para o futuro”, garante.Todas as actividades da profissão lhe agradam. “É tão importante cativar mais um cliente como poder chegar ao encontro da pessoa quando tem um problema e consigo resolvê-lo”.O empresário considera que a sua remuneração é “razoável”, apesar da venda de seguros ser uma das mais difíceis porque não há nada para mostrar ao cliente. “Temos uma esferográfica, uma calculadora e uma folha de papel, enquanto que o vendedor de automóveis mostra o carro. Tenho que conhecer bem o produto para chegar ao cliente”.Normalmente na cidade veste gravata por uma questão de imagem, mas confessa que por vezes no meio rural a deixa no carro e aparece de colarinho desabotoado para facilitar a aproximação.Ana Santiago
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