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Em trânsito para o Europeu

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Selecção Nacional de Juvenis de Hóquei em Patins

A selecção nacional de juvenis de hóquei em patins esteve a treinar em Torres Novas e no Entroncamento e O MIRANTE aproveitou para falar com os dois ribatejanos que a integram: Paulo Lopes, o treinador, e David Abreu, um dos avançados.

A selecção nacional de juvenis de hóquei em patins, esteve a estagiar, de 13 a 17 de Outubro, em Torres Novas e Entroncamento. Um estágio que teve como objectivo a preparação da equipa para a sua participação no Campeonato da Europa de Juvenis, que vai decorrer de 10 a 15 de Novembro na Suíça.A jovem equipa das quinas é treinada por Paulo Lopes, um conhecido técnico natural do Entroncamento e residente em Tomar, que teve por isso uma acção preponderante para que este estágio da selecção nacional decorresse no distrito de Santarém. “Sim tive alguma preponderância, mas a descentralização dos estágios das selecções das camadas jovens já é um hábito antigo da Federação, que assim pretende motivar os jovens da zona para a prática da modalidade”, afirmou Paulo Lopes.O estágio, que é dividido em quatro fases, teve nesta estadia em Torres Novas e Entroncamento uma etapa virada essencialmente para a preparação física e técnica dos jovens jogadores, que agora nas restantes fases vão aprimorar a parte táctica. Por isso, também no final da segunda fase o grupo, que neste momento é composto por treze jogadores, vai ficar reduzido a dez, precisamente os que vão estar na Suíça.A selecção é formada por jovens na sua esmagadora maioria representantes de clubes do norte do País. Presentes no estágio estiveram quatro hoquistas do Futebol Clube do Porto, dois do Gulpilhares, dois do Barcelos, dois do Bir, dois da Oliveirense e um do Alverca. Para além do treino colectivo, a equipa nacional realizou alguns jogos com a União de Futebol do Entroncamento, no Pavilhão Albano Mateus, onde efectuaram os treinos.Um estágio tão prolongado como este, a que se seguem mais três períodos iguais e que depois culmina com mais de uma semana na Suíça, numa altura em que o ano escolar está na fase de arranque, pode ser de algum modo prejudicial à vida estudantil dos jovens. No entanto, Paulo Lopes desdramatiza essa questão e diz que todos estes jovens têm o estatuto de alta competição, têm as faltas automaticamente revogadas e quando regressarem têm aulas de compensação e conseguem fazer a sua recuperação em relação aos restantes companheiros de estudos. “Nunca nenhum dos treze jovens que aqui estão chumbou qualquer ano”, garantiu Paulo Lopes.Profundo conhecedor do hóquei jovem em Portugal e no distrito de Santarém, Paulo Lopes garante que se está a trabalhar bem num nível geral, e que isso se comprova com os bons resultados ultimamente alcançados. Os juniores sagraram-se campeões do mundo, no campeonato disputado em Agosto, no Uruguai. Os seniores, com alguns hoquistas muito jovens, também venceram o campeonato do mundo, que se realizou em Portugal. “Isto é uma prova cabal de que se está a trabalhar bem a nível nacional, principalmente no norte do País”, referiu.A nível do distrito de Santarém, o técnico considera que há extremos. “Há dois ou três clubes que trabalham razoavelmente bem, mas não existe grande competitividade, porque nos restantes clubes trabalha-se com base na carolice de meia dúzia de pessoas, sem grandes apoios, e por isso sem grandes rigores. Mas é graças a essas pessoas que a modalidade ainda sobrevive na nossa região. O exemplo mais positivo continua a ser o Sporting de Tomar onde este ano, por exemplo, existe uma equipa de seniores onde praticamente todos os jogadores vêm das camadas jovens”, afirmou Paulo Lopes.David Abreu, o único representante do Sul“Sonho com a internacionalização”David Abreu tem 16 anos, é hoquista no Futebol Clube de Alverca e é o único representante dos clubes do Sul do País na Selecção Nacional de juvenis. É a primeira vez que é chamado para os estágios finais da selecção, e mesmo que isso não seja a sua meta final, já o enche de alegria e de orgulho.“Desde que comecei, quase por brincadeira, a praticar hóquei em patins, que sonho com a internacionalização”, diz com simplicidade David Abreu, enquanto espera pela hora do treino. E os seus olhos brilham com mais intensidade quando sente que essa hora pode estar muito próxima. “Tenho muita confiança e esperança de que seja desta que me vou estrear. Tenho trabalhado muito para que o seleccionador me dê uma oportunidade”, garante David, que para além de jogar no Alverca, já passou por todas as selecções jovens da Associação de Patinagem de Lisboa.Embora ninguém da família tivesse praticado hóquei em patins, David Abreu tem um apoio total no seu seio. “Foi por influência de um amigo que comecei a praticar a modalidade no Alverca, e desde a primeira hora que a minha família me tem apoiado muito. Como forma de mostrar o meu agradecimento luto para que sintam orgulho em mim”, confessa o jovem hoquista.David Abreu joga habitualmente no lugar de avançado. É um jovem com excelente envergadura física, marca bastantes golos, tem como ídolos, em Portugal, Pedro Alves e no estrangeiro o italiano Mirco Bertolucci. “Sempre que os vejo jogar fico ainda mais atento. Os pormenores são importantes e eu quero ser, cada vez mais, um jogador à sua imagem”, afirma convicto.Mas a vida não é só o hóquei em patins. David Abreu quer tirar um curso superior. “Já tenho uma ideia do que quero, mas não quero falar disso”, afirma. Segundo ele, a prática da modalidade e as chamadas às selecções não têm interferido com os estudos. “Temos aulas de recuperação e até agora as coisas têm corrido bem. Ainda não falhei nenhum ano, e quero que as coisas assim continuem”.Também no Alverca, onde a sua progressão como atleta e como hoquista se tem revelado muito forte, nada tem posto em causa a vertente escolar. “O pavilhão fica muito perto da minha casa e por isso posso conciliar bem os treinos com os estudos”, garante.Mas é na hipótese de se estrear na selecção nacional que David Abreu pensa actualmente. “A internacionalização é neste momento a minha grande ambição. Sei que tenho, em conjunto com os meus companheiros, valor para me impor, só preciso de um pouco de sorte. Garanto que não nunca fugirei ao trabalho. Se cumprir o meu sonho e me estrear na selecção já tenho um lugar no meu quarto para colocar a primeira camisola nacional”, concluiu o jovem ribatejano.
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