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Aficionado Manuel Serra D’Aire

Aficionado Manuel Serra D’Aire

Relamente o meio taurino é recheado de paradoxos. Se os touros são mansos há protestos. Se os touros são bravos ninguém os enfrenta nas largadas e os bichos andam por ali stressados de todo, sem carne fesquinha em que malhar. Os corajosos de Vila Franca que se queixaram da pouca bravura dos toiros durante a feira – que mesmo assim ainda chegou para mandar uma mão cheia deles para o hospital – só devem ficar satisfeitos quando levarem uma cornada de um miura. Ou de um búfalo, por que não? Enfim, é a tradição no seu melhor...Tradição que começa também a ressuscitar em Santarém, com a Semana Taurina inventada pela vereadora Idália. Pelo que me disseram a coisa consiste em largar uns touritos junto à praça até que estes se cansem de correr atrás dos curiosos que ali vão mostrar as suas habilidades. Não sei se estas actividades taurinas são resultado do famoso orçamento participativo, mas que as mesmas são uma prioridade assumida pela autarquia disso ninguém tem dúvidas. É que para as touradas parece haver sempre dinheiro numa câmara que tem subsídios atrasados com juntas de freguesia, colectividades e associações e que acumula dívidas a fornecedores. Enfim, optou-se pelos touros e deixou-se os “cães” para outra oportunidade. Já dizia o meu compadre Elias: pagar e morrer, quanto mais tarde melhor.Imarcescível Manel, não podia deixar de falar na feira da gastronomia que decorre também em Santarém, para demonstrar o meu apreço pela preservação das tradições. Aquele lamaçal em redor da Casa do Campino é do mais típico e pitoresco que existe neste país e um retrato fiel do espírito inventivo e empreendedor do nosso poder local. Palmas pois para o esforço autárquico, porque aquilo é marcante e até merecia capa no boletim municipal. Parece o campo de futebol do estádio de Alvalade, mas sem relva. Experimenta lá ir e vais ver quantas horas gastas a pôr os pobres sapatos na cor original. Mas penso que se podia explorar mais o potencial do local, realizando lá lutas de mulheres na lama, com concorrentes seminuas a rebolarem-se pelo chão, puxando os cabelos, espetando as unhas, mordendo as orelhas, disputando uma revista Maria ou o último disco do Tony Carreira. Acho até que deviam contratar um especialista norte-americano na matéria, ou mesmo o Santana Lopes que já mostrou as suas aptidões quando inventou aquela história do Parque Mayer. Com um trunfo eleitoral desses, viessem lá os adversários que viessem que o Barreiro tinha poleiro garantido para mais quatro anos.Observador Manel, e que achas tu daquela história do Museu Sousa Martins, em Alhandra? Dizem que aquilo é uma mina de ouro graças aos donativos que lá entram. Mas o director diz que não senhor, que a massa nem dá para as despesas. E que além disso a Câmara de Vila Franca tem conhecimento das contas. Mas divulgá-las publicamente, tá quieto! Nem director nem autarquia saciam a curiosidade do público, que só tem é de pôr o dinheirinho no envelope e agradecer ou pedir graças ao médico milagreiro. Sem recibo para o IRS nem nada. Os seus representantes na terra tratam de o administrar e ninguém tem nada com isso.Por último, para finalizar em grande, aconselho as comissões de festas a contratarem o presidente da Câmara de Torres Novas para as grandes ocasiões. Disseram-me que António Rodrigues, na inauguração da Fersant, esteve imparável. Tão imparável ou tão pouco que acabou por se espalhar ao comprido quando protagonizava um número hilariante com a delegada de saúde local. A aposta da organização na prata da casa deu resultado e o êxito do Zé Cabra há um par de anos já caiu no esquecimento.Cumprimentos festivos do Serafim das Neves
Aficionado Manuel Serra D’Aire

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