O jovem candidato - filho de Leonel Martinho do Rosário, voz respeitada no partido e porta-voz habitual da bancada do PS na assembleia municipal - considera que é um dever “dar resposta às preocupações dos militantes e simpatizantes” do partido e dos “munícipes em geral” para que elas não caiam no esquecimento”. E envia um recado crítico para o interior do partido justificando a sua candidatura referindo que “mais do que satisfazer interesses, há que entusiasmar as pessoas, motivá-las, envolvê-las nas grandes e nas pequenas questões”. Antes de acrescentar: “Libertar a palavra é mais do que necessário, é fundamental”.Questionado sobre se a sua candidatura pode ser vista como um manifesto contra a actual liderança, Ricardo Martinho do Rosário reconhece que a sua equipa “não está contente com tudo” o que tem sido feito e mostra-se convicto que tem capacidade para acrescentar valor ao partido e torná-lo mais forte.Sem querer concretizar nomes da sua lista, o candidato sempre adianta que tem apoio de novos e de antigos militantes, nomeadamente de um “número significativo” de eleitos da assembleia municipal.Instado a comentar esta candidatura, Manuel Afonso considerou-a um sinal positivo num partido que se considera pluralista. “É saudável e é importante para o PS que novos valores despontem para participar na vida política”. E se aparecer outra lista? “Venha ela”, respondeu com humor.E não será surpresa se tal acontecer. Para já estão dois candidatos na corrida, mas é provável que outros concorrentes se perfilem, nomeadamente da linha próxima de José Miguel Noras.O PS escalabitano continua a viver dias agitados, não só devido às desinteligências políticas entre o presidente da câmara Rui Barreiro e o seu antecessor José Miguel Noras, mas também devido às mudanças que o líder da autarquia promoveu no seu núcleo de apoio. Alguns dos apoiantes fiéis na última campanha e também apoiantes de Afonso na concelhia, foram despromovidos ou mesmo dispensados, numa remodelação que deixou muita gente surpreendida.