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A crise nas obras públicas

Na qualidade de leitor assíduo desse semanário, e portanto parte interessada na qualidade da informação aí veiculada, venho nesse sentido colaborar com V. Exas prestando alguns esclarecimentos.O teor do artigo “Qual crise?”, da vossa edição de 9 de Outubro p.p., revela um grave desconhecimento do Regime Jurídico de Empreitadas e Obras Públicas, e do respectivo mercado.O sector da construção civil e das obras públicas está, de facto, em CRISE! E há falta de trabalho!E foram certamente estes factos que contribuíram para que, ao convite em causa, apenas respondesse uma empresa!Passo a explicar:1. Com o actual nível de oferta por parte dos empreiteiros, os donos das obras – neste caso a Câmara de Abrantes – permitem-se lançar as empreitadas com um valor (preço base) muito baixo, em muitos casos inferior aos custos de execução;2. A legislação em vigor prevê vários limites ao valor das propostas, impedindo a adjudicação da empreitada caso sejam ultrapassados. Neste caso o limite era 124.699,47 euros, 0,2% acima do preço base;3. As empresas de construção já há algum tempo que se deparam com dificuldades ao nível económico – margens nulas ou mesmo negativas;4. Ao nível financeiro a situação não é melhor, devido aos actuais prazos de recebimento e à retracção da banca no apoio às empresas de construção;5. No mesmo sentido concorre a pesada carga fiscal.Resumindo: Há vontade de trabalhar! O que não há é capacidade de continuar a financiar o Estado executando obras a valores inferiores ao do seu custo.Amândio Mendes da Silva (presidente do conselho de administração da Mendes & Gonçalves, S. A.) - Alferrarede Nota da redacção: O artigo a que o leitor se refere não passa de um comentário que se pretende irónico e/ou humorado ou não estivesse editado na rubrica Cavaleiro Andante. Logo nunca poderia ter as características de uma notícia. O facto é que, apesar da crise, das cinco empresas contactadas pela Câmara de Abrantes para apresentarem preços relativos a uma determinada empreitada, apenas uma respondeu. Ficámos a saber agora porquê.

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