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Ano de vacas magras

Ano de vacas magras

Crise reflecte-se no investimento estatal previsto para o distrito em 2004

O PIDDAC para 2004 deixa de fora alguns projectos considerados prioritários, como o IC 3, que vai continuar a marcar passo. Mas há boas notícias para cidades como Entroncamento e Rio Maior.

A crise e a contenção orçamental reflectem-se no Plano de Investimentos e Despesas para o Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), que prevê um investimento no distrito de Santarém, no próximo ano, da ordem dos 180 milhões de euros. O documento, proposto pelo Governo, ainda terá de ser submetido à apreciação da Assembleia da República e eventualmente sujeito a alterações pontuais.Santarém é o único município que ultrapassa a fasquia dos 3 milhões de euros e isso nem significa necessariamente mais obras. Basta lembrar que 855 mil euros vão ser canalizados para o pagamento do Centro de Formação Profissional, que já se encontra em funcionamento há meia dúzia de anos. E que a capital de distrito até tem afectada uma verba de 250 mil euros para obras no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, que se situa no cocelho vizinho de Azambuja.Nos antípodas está Salvaterra de Magos, que tem uma verba prevista de apenas 29 500 euros, destinados à rede de bibliotecas públicas. Não fosse isso e o nome do concelho nem apareceria no mapa de investimentos.Tomar, Cartaxo e Abrantes são os concelhos do distrito com mais de dois milhões de euros de investimento previsto – refira-se no entanto que 161 milhões de euros dos 180 milhões projectados não estão distribuídos por concelhos, por estarem adstritos a projectos supramunicipais.Na cidade dos templários já se protesta, porque ainda não foi desta que o Governo incluiu entre as suas prioridades o troço do IC 3 entre o nó de Atalaia e a variante de Tomar. E é bom que se diga que, em Abrantes, 500 mil euros vão para pagar o IP 6 (hoje A 23) entre a cidade e Mouriscas, onde já se circula há muito.Por aqui se vê que o distrito não tem grandes motivos para esfregar as mãos de contente. Muito dinheiro do PIDDAC é para pagar obras já feitas. E quanto às que ainda não saíram do papel, manda a experiência que não se criem grandes expectativas, já que é clássica a baixa execução do plano. Dos 243 milhões de euros de investimento previstos para 2003, o Governo estima que só se apliquem efectivamente 115 milhões. Menos de metade, portanto.Não admira assim que ano a ano se venham repetindo no documento projectos há muito ambicionados. Como o já citado IC 3, ou os quartéis da GNR de Alcanena, Pernes, Alcanena e Mação, que ainda não é desta que avançam, pois só estão dotados com 25 mil euros cada um. Para o ano há mais... Mais sorte teve a PSP de Abrantes, que tem proposta um montante de 450 mil euros para a nova esquadra. A avançar estão também outros projectos já com barbas, como a reabilitação da EN 3 entre Santarém e Torres Novas, da EN 118 no concelho de Chamusca ou da EN 114 entre Almeirim e Raposa, que têm verbas significativas envolvidas.Também pode ser desta que o Museu Nacional Ferroviário finalmente desembarque no Entroncamento. O PIDDAC parece generoso, atribuindo ao projecto 600 mil euros. Mas de boas intenções já muita gente na cidade está farta. Também em Rio Maior há boas novas: mais de um milhão de euros destinado à construção da Escola Superior de Desporto, cantina e residência de estudantes. Ainda na área do desporto e do ensino, é visível também o esforço no equipamento de escolas com pavilhões desportivos. Há verbas destinadas a pavilhões em Alcanena, Alpiarça, Golegã, Santarém e Vila Nova da Barquinha.Casa roubada trancas à porta. Por isso, os incêndios do último Verão também tiveram reflexos de relevo no PIDDAC 2004. O programa de desenvolvimento sustentável das florestas prevê um investimento de 7,6 milhões de euros a distribuir por vários concelhos. A florestação de terras agrícolas está contemplada com 4,1 milhões. E a modernização, reconversão e dievrsificação das explorações agro-florestais com 8,7 milhões de euros. Tudo rubricas que não existiam em PIDDAC em anos anteriores.Mesmo assim, o investimento previsto pelo Governo para o distrito está longe da grandeza de outros tempos. A finalização de alguns investimentos públicos de relevo, como os hospitais de Tomar e de Torres Novas, o IP 6 entre Torres Novas e Mouriscas ou a ponte Salgueiro Maia, em Santarém, eram responsáveis por grandes fatias do orçamento, embora ainda haja dinheiro afectado a alguns deles para 2004. A modernização da Linha da Beira Baixa, com 8,4 milhões de euros previstos, é um dos poucos projectos concretos de grandes dimensões que continua em curso e não parece ter fim.João Calhaz
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