Reconhecendo que o concelho de Coruche é aquele que tem maiores problemas em termos de acessibilidades, o director de estradas do distrito de Santarém anunciou que está em fase de arranque a elaboração do projecto de construção do IC10. Alcino Cordeiro explicou que o processo desta via, que liga Almeirim a Coruche e que segue em direcção a Montemor-o-Novo, está no bom caminho. “O projecto que inclui a substituição das sete pontes de Coruche deve levar cerca de dez meses a ficar concluído, seguindo-se depois o estudo de impacte ambiental”, garantiu. Em pior situação está o previsto IC13 para o qual ainda nem sequer existe a intenção de fazer o projecto. “Não há indicação sobre quando se fará o estudo prévio”, sublinhou. Esta via é fundamental para assegurar a ligação de Coruche à vila alentejana de Mora. Alcino Cordeiro deu ainda a boa nova de que a Estrada Nacional 114, entre Almeirim e Coruche, vai ser beneficiada, até porque nalgumas zonas o pavimento “está em mau estado”. Neste momento os trabalhos estão numa fase de adjudicação, processo que deverá ficar concluído até ao final deste ano. A indicação de que não está prevista nenhuma intervenção na Nacional 251, que passa pela freguesia de Branca, em direcção a Setúbal, foi uma espinha que ficou entalada na garganta do presidente da câmara, Dionísio Mendes (PS). Depois de ter ficado satisfeito ao saber que o IC10 está no bom caminho e que a EN 114 vai ser reparada, o autarca assumiu um tom crítico ao dizer que “se a direcção de estradas deixa cair uma intervenção na estrada 251 qualquer dia não chegaremos à freguesia de Branca e a Setúbal”. O ânimo de Dionísio Mendes voltou a subir quando ouviu o coordenador da Sub-Região de Saúde de Santarém assegurar que a construção do centro de saúde do Couço vai começar. Fernando Afoito garantiu que as obras iniciam-se ainda este ano. Este equipamento é aliás uma grande aspiração da população local, que muitas das vezes tem que se deslocar à sede de concelho, a cerca de 30 quilómetros, para receber assistência médica. Para além das acessibilidades e da saúde, o autarca abordou também a questão dos constantes cortes de energia eléctrica no concelho. Um assunto que já tinha sido levantado pela vice-presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), Salomé Rafael. “Temos cortes que por vezes demoram horas. Isto tem influência na produtividade das empresas. É gravíssimo ainda estar a falar disto numa altura destas”, sublinhou. O problema no entanto não tem para já uma solução à vista. Dionísio Mendes disse que “o abastecimento eléctrico ao concelho é problemático e as redes eléctricas estão obsoletas”. O autarca informou que, após várias reuniões, a câmara e a Nersant vão voltar a reunir com a EDP mais uma vez para tentar resolver a situação.