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Sistema está “caduco e ultrapassado”

Sistema está “caduco e ultrapassado”

Vítor Mendes defende touros de morte em Portugal

“Em Portugal não pinta ser matador de toiros”. A frase seca e directa pertence ao ex-toureiro português Vítor Mendes, que foi convidado de honra do Rotary Clube de Santarém na noite de 11 de Novembro, no Corinthia Santarém Hotel. O tema abordado foi a perspectiva profissional do matador de toiros em Portugal, e Vítor Mendes não se coibiu de apelidar o regulamento taurino português de “caduco e ultrapassado”.

A facilidade de comunicação, garra e convicção do antigo matador de toiros cativou cerca de meia centena de convidados que, durante quase três horas, ouviram falar da festa brava. Nas mesas em redor do mais reconhecido matador de toiros português, figuraram comentadores taurinos, jovens candidatos a matadores de toiros, cavaleiros, entre outras figuras que, como numa praça, silenciaram para deixar o protagonismo a quem de direito. E Vítor Mendes atacou forte e feio o panorama taurino nacional. “Tive a sorte de nascer num país que amo mas que na perspectiva da realização pessoal e profissional condiciona o sonho de ser matador de toiros”, começou logo por afirmar.As razões são, para si, evidentes. Em Portugal não existe o conceito de matador de toiros e a opção natural para os jovens que querem seguir a arte é aproveitar as oportunidades em Espanha. Vítor Mendes disse mesmo que a possibilidade de alguém se assumir como figura do toureio em Portugal é quase nula. E comparou-se com o que fizeram algumas figuras portuguesas contornando a lei . “Eu matei muitos toiros à porta fechada para treinar, mas nunca senti cá a vontade férrea de matar um toiro e cortar-lhe as orelhas. Nunca pude ser feliz aqui”, reconheceu. Tudo porque a lei não o permite, ao contrário do que sucede em Espanha, França, México ou Colômbia.Apesar da dura realidade, Vítor Mendes não quis desmoralizar os jovens portugueses que aprendem a tourear. “Tenho a ideia de que as escolas taurinas trabalham bem. Mas se de início são bem lançados, depois não temos condições para que se realizem como matadores de toiros no verdadeiro sentido da palavra”, concluiu.Para triunfar, Vítor Mendes, nascido em Marinhais e criado em Vila Franca de Xira, teve de partir para Sevilha com 14 anos. E foi essa mudança de ares que sugeriu aos aprendizes. “Se querem ser matadores de toiros têm de pôr tudo para trás e seguir um caminho”, explicou. Num mundo onde há uma esmagadora maioria de vencidos e poucos alcançam a fama e o reconhecimento, Vítor Mendes aconselhou todos os jovens a mostrarem uma mentalidade forte, porque o público conhecedor também sabe soltar um “olé, que torero” a quem demonstra arte e talento.Por fim o ex-matador de toiros sugeriu que todos os defensores do “verdadeiro toureio” se unam e movam influências para protestar contra a actual situação em Portugal.
Sistema está “caduco e ultrapassado”

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