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Unanimidade entre “irmãos”

Venda do campo de futebol ao Salvaterrense aprovada em Assembleia Geral da Misericórdia

Os “irmãos” decidiram, está decidido. A montanha pariu um rato e foi mais que pacífica a Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos (SCMSM), na qual se votou favoravelmente a venda do terreno onde fica situado o campo de futebol do Clube Desportivo Salvaterrense (CDS) ao próprio clube, pelo preço de cinco euros por metro quadrado. Caso o clube opte pela venda do terreno aquela instituição social terá direito de preferência.

A decisão de vender o terreno do campo de futebol do Salvaterrense ao próprio clube ratificada pelos “irmãos” da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos, no passado sábado, no lar de idoso, pôs fim a um período de comunicados e declarações na imprensa entre o provedor da SCMSM, Armando Oliveira e o presidente do clube, João Rodrigues.Apesar da polémica gerada em torno do preço real do terreno, avaliado por uma empresa para a SCMSM em 30 euros por metro quadrado, o voto unânime acalmou as partes e o processo conclui-se a contento de todos.Mas o valor acordado para a venda tem as necessárias contrapartidas para a SCMSM. Do acordo faz parte um clausulado que impõe uma série de condições à direcção do Salvaterrense.Assim, e referente ao primeiro ponto, o terreno terá apenas uma utilização para fins de prática desportiva do clube local. Em caso de não cumprimento desta cláusula, a SCMSM receberá o terreno de volta, com eventuais benfeitorias entretanto realizadas, sem ter de indemnizar o Salvaterrense.O imóvel não poderá, igualmente, ser cedido gratuitamente, ficando a SCMSM sempre direito de preferência em condições relativas a uma possível venda. No caso de não cumprimento desta cláusula, o clube terá de entregar àquela instituição 75 por cento do valor da venda.O “prédio rústico”, situado na Horta do Loureiro, dentro da vila, tem cerca de 25 mil metros quadrados de área disponível, dos quais o Salvaterrense apenas pretende 21 mil metros quadrados para construir um novo complexo desportivo.O fim dos “arrufos”Para o presidente do CDS, João Rodrigues, a resolução tomada significou o fim de alguns “arrufos”, considerando que, chegados a um consenso, sai beneficiado o clube, a vila e a população. “Vamos tentar marcar uma assembleia extraordinária do Salvaterrense para de sexta-feira a oito dias e ouvir os sócios, mas como irmão concordo que o acordo é favorável”, afirmou.Para o financiamento da obra o CDS conta com o aval da Câmara de Salvaterra de Magos e o apoio financeiro da empresa Miranda Alves, de Vila Franca de Xira. Como contrapartida, esta firma irá ter direito de construção em terrenos anexos aos do clube. “Foi prometido ao clube uma oferta caso houvesse contrapartidas, como mudanças no Plano Director Municipal (PDM), que permitam construir em dois pisos ao nível actual do terreno e, um piso, ao nível da estrada”, explicou o dirigente.O campo de futebol irá ainda apresentar uma nova disposição com os topos virados no sentido das piscinas (Benavente) e junto às oficinas já existentes (Marinhais), ao contrário da actual, voltado para Coruche e para a Estrada Nacional (EN) 118.A área de 21 mil metros quadrados abrange mais seis metros por trás da vedação do topo sul e cerca de cinco metros do lado de Marinhais, até ao limite de uma estrada a construir pela autarquia de Salvaterra de Magos.Segundo João Rodrigues, até o pormenor de não encadear os guarda-redes quando o sol estiver alto, perto das 17 horas, está a ser cuidado, no que respeita ao sentido do campo. Proposta defende ambas as instituiçõesDe acordo com o provedor da SCMSM, Armando Oliveira, a proposta aprovada defende o Salvaterrense e os seus directores, tratando-se de um preço especial, e proporciona garantias à instituição social que dirige. Armando Oliveira esclareceu que apenas numa assembleia onde se apresentasse o relatório e contas haveria legitimidade para discutir a venda do terreno, como acabou por acontecer.Em seu entender foi salvaguardada a parte desportiva. “Se amanhã o clube tiver outro local onde quiser fazer o seu parque desportivo a Misericórdia chamará a si o terreno. É razoável aquilo que estamos a fazer e só foi pena que a questão não tivesse sido resolvida há mais tempo”, analisou.Com os cerca de 105 mil euros que irá arrecadar, a SCMSM pretende fazer uma cresce e jardim de infância, assim como proceder ao alargamento do lar de idosos. “Estamos dispostos a ajudar o clube naquilo que podermos mas somos, acima de tudo, uma instituição de beneficência”, opinou Armando Oliveira.

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