A Comissão Executiva da Garval promoveu, recentemente, uma reunião de esclarecimento junto dos seus sócios fundadores, para um balanço destes últimos meses de trabalho. A reunião contou ainda com a presença do presidente da NERSANT que aproveitou para esclarecer a posição da associação junto da administração da GARVAL. José Eduardo Carvalho explicou as razões que levaram a direcção da NERSANT a empenhar-se na constituição desta sociedade de Garantia Mutua, revelando que, depois, de cumprido o objectivo proposto, a associação empresarial deixará de fazer parte dos órgãos directivos da Garval.Apesar da crise generalizada que se vive no mercado, a Garval ultrapassou os resultados mais optimistas. De uma previsão de emissão de garan-tias para este ano na ordem dos 5,37 milhões de euros, em finais de Outubro já tinha chegado aos 4,6 milhões, não obstante o fa-cto de a sociedade só ter podido iniciar a sua actividade operacional em Abril, devido a atrasos burocráticos. De referir que este volume de garantias contratado representa junto do Sistema Financeiro cerca de 10 milhões de euros. Desde o início do ano, a Garval aprovou mais de 11,8 milhões de euros de garantias, representando 30,68 milhões de euros de crédito para as empresas.Para o ano, a Comissão Executiva da Garval garante que a empresa já apresentará resultados positivos, uma situação que se fica a dever ao bom desempenho da sociedade e à dedicação e empenho dos seus trabalhadores.De salientar que apenas trinta e cinco por cento do crédito concedido foi a empresas que fazem parte do núcleo fundador, reflectindo o interesse e a procura do produto por parte de novas empresas. Outro dado curioso foi o facto de quase vinte por cento dos accionistas fundadores, que propuseram garantias, terem visto rejeitados alguns dos seus pedidos de financiamento. Para a comissão executiva da Garval, estes números provam a vitalidade da instituição e o rigor na gestão dos fundos.Alguns dos associados, presentes na reunião, questionaram os responsáveis pela sociedade de garantia mútua quanto à necessidade dos associados em apresentarem garantias reais, ou pessoais para a obtenção de crédito. José António Barros, presidente da Garval, explicou que a filosofia inicial da sociedade se mantém mas que, tendo em conta a crise que atravessamos, que determina um maior risco das operações, a administração da Garval resolveu implementar algumas medidas de precaução. “Mas nada que nos possa identificar no trabalho, e nas formas de financiamento, com as actuais instituições financeiras que laboram no mercado” salientou. Recorde-se que a Garval - Sociedade de Garantia Mútua foi oficialmente constituída no dia 14 de Novembro, em Tomar, com a escritura a ser assinada por 96 accionistas. Com um capital inicial de 2,670 milhões de euros (cerca de 535 mil contos), está a funcionar como uma instituição financeira destinada, fundamentalmente, a apoiar as micro e as pequenas e médias empresas (PME) no acesso ao financiamento das suas actividades.A Garval é uma das três sociedades de garantia mútua em Portugal e a primeira a ser criada através da iniciativa privada - a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) foi a grande dinamizadora do proje-cto já que as de Lisboa e Porto foram constituídas por cisão da Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM).O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) é o maior accionista institucional da Garval, com 39 por cento do seu capital. A SPGM tem 13,7 por cento, o Instituto de Financiamento e Apoio ao Turismo 7,9 por cento e quatro instituições bancárias - BCP, BES, BPI e Montepio Geral - detêm no conjunto 9,2 por cento (2,3 por cento cada) do capital da nova sociedade. O Nersant possui 3,75 por cento do capital da Garval.