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Extinção de curso no Centro de Formação de Tomar

O Delegado do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Octávio Félix Oliveira, entendeu, na edição da semana passada de O MIRANTE – Médio Tejo, esclarecer a opinião pública das razões que, em seu entender, levaram à extinção do Curso de Formação de Empregados de Mesa, que decorria no Centro de Formação de Tomar, financiado pela União Europeia. Já que o fez através da comunicação social, ignorando as cartas que eu, como pai de um dos alunos, lhe enderecei, solicitando-lhe humildemente que reparasse a grande injustiça que cometeu, não posso deixar de comentar o referido artigo no mesmo local.Pela leitura do que escreveu deduzo querer V.ª Excia participar à sociedade civil que detém o ónus da razão dizendo, no número dois do artigo que escreveu, que três dos quatro formandos tinham ultrapassado o limite de faltas admissíveis, mas refere logo a seguir que os mesmos, apesar de tais faltas, não se encontravam excluídos do curso. Não entendi! Mandou extinguir o curso por restarem só quatro formandos? Mandou extinguir o curso pelo facto de alguns alunos terem excedido o limite de faltas? Mandou extinguir o curso por os colegas os terem abandonado? Em que ficamos? Será que o aluno que não excedeu o limite de faltas tem que pagar por aqueles que o fizeram? Qual a valia desse argumento? Penaliza-se o justo pelo pecador? É por ser só um?Esclareça-me, senhor Delegado. Onde está a justiça para com um qualquer formando que, ao fim de dois anos de frequência de um curso com a duração de três, vê, abruptamente, cerceadas as suas expectativas de o concluir?Grave é também a “solução” proposta, ou seja, a de oferecer, em substituição, a frequência de um novo curso, mas começando de início, o que é, a todos os títulos, manifestamente injusto. Então, uma pessoa estuda até ao fim, de dois anos, extinguem lhes o curso e proporcionam-lhe a entrada no primeiro ano de um curso novo(que por sinal até é mais pequeno) não bate a bota com a perdigota. Será ainda que no decurso do curso que eventualmente se iniciará os alunos forem desistindo, voltará a mandá-lo extinguir por falta de número mínimo de formados ? Quando vão acabar o curso de empregado de mesa? Aos 50 anos? E os contribuintes a pagar!... É assim que se aplica o dinheiro dos nossos impostos? Extinguindo cursos que estavam prestes a ser concluídos e dando início a outros, em tudo iguais, excepto na duração? (Novos cursos? Para quê? Para obter recursos financeiros mais elevados? Porque será que continuam a ser os inocentes a ter que pagar os erros ou as espertezas dos outros?)Será que iniciando agora um novo curso com metade da duração do que a já efectuada, pelos referidos alunos vamos ensiná-los mais e poupar dinheiro aos contribuintes? Afinal quais foram as razões da extinção ? Falta de dinheiro?Pois, Senhor Delegado, no teor dos esclarecimentos que pretendeu dar não encontrei nenhuma justificação para a injustiça que entendo ter sido cometida neste caso. É por tudo isto que no meu entender as circunstâncias apontadas por V.° Excia são despropositadas e ainda com a agravante de o curso ser financiado, também uma das razões que o mesmo deveria decorrer até ao fim nem que fosse só com um aluno.Afigura-se-me que V.ª Excia não tem razão moral ou legal para proceder a. uma indignidade desta natureza que é tirar o estudo a uma pessoa (Repito! Uma só que seja!) que o quer ter. Portanto, Senhor Delegado, se quiser ser justo, creio que só tem uma solução: Manter o curso até ao fim, desde que exista um formando que o pretenda concluir! Porque, Senhor Delegado, não é a “oferecer” aos formandos que querem continuar a estudar um novo curso, a começar de raiz, em substituição de um outro que estava quase concluído, que se incentivam jovens que, já por si tem grandes dificuldades de motivação. E, é por demais evidente que remetendo-os para um nível de formação inferior aquele que já tinham atingido, lhes retirará a pouca motivação que lhes reste.Para finalizar, Senhor Delegado quero dizer-lhe que não sei se os restantes “resistentes’ se sentem ou não enganados. Eu sei que fui enganado ! Com tudo isto só pretendo justiça e como compreenderá tudo farei para a alcançar.Joaquim Pereira – Tomar

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