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Natalício Manuel Serra D’Aire

Não fiques com remorsos pelo que escreveste no teu último e-mail, mesmo que o espírito natalício te possa tornar mais condescendente e coração de manteiga. Nem sequer penses em te auto-flagelares lendo livros do João de Melo ou do Paulo Coelho. Não é caso para tanto. Realmente, com grande parte dos políticos que povoam esta espelunca não pode haver contemplações. É o nosso dinheirinho que está em jogo. E quando é assim até fico cego e só me apetece exportar para o Afeganistão a ministra das Finanças.Se a Manela quer dinheiro, que vá ao Totta, porque a malta já está farta de ver desbaratar o erário público!! E se não temos hipóteses de reaver as massas que o fisco nos leva, pelo menos podemos desancar nessa tropa sem dó nem piedade, graças ao espaço que generosamente nos concedem neste insigne periódico que tanta azia dá a alguns figurões. O espírito natalício pode ser quebrado em casos de emergência. Ou em casos de pânico, que é o que sinto quando mexem no meu bolso.Manel, há um mistério que não consigo decifrar: porque é que tantos exemplares chefes de família - sócios do Benfica e tudo! -, profissionais competentes e pontuais, mães extremosas e zelosas donas de casa que vão à missa ao domingo logo que entram na política se transformam em fala-baratos demagogos, pais-natal distribuidores de promessas, carneiros de rebanhos a caminho do abismo? Que câmaras de segredos se escondem nas sedes partidárias? Que processos alquímicos, que conjuras tenebrosas conseguem transformar gente normal em réplicas do Frankenstein vestidas de fato cinzento e gravata às riscas? Eu conheço alguns exemplos e tu, certamente, também. Porque eles são como Deus: estão em todo o lado. E com a desvantagem de serem bem visíveis. E audíveis... Aliás, pregam num latim onde abundam expressões como janelas de oportunidades, acessibilidades, desenvolvimento sustentado e outras patranhas do género.Lá conversa têm eles, mas depois é o que se vê! Por exemplo: na Capital do Grelo, como já é mundialmente conhecida a cidade de Santarém, os políticos da casa e de fora andam há anos a dizer que se tem de arranjar maneira de evitar que as barreiras venham por aí abaixo. Mas fazer alguma coisa é que custa mais! Um dia aquilo vai mesmo tudo abaixo, morre gente e lá vêm eles com o choradinho para as televisões, se calhar apontando a culpa ao São Pedro ou aos bombeiros, que é o que está na moda...E por falar em bombeiros, que dizer dos tanques de água para apoio ao combate a incêndios que foram construídos no concelho de Tomar com o nosso dinheirinho e que nunca serviram para nada? Quer dizer, servir, serviram, mas foi para piscina dos putos durante o Verão. Ao menos isso...Achas que um gajo sabendo destas e de muitas outras, basta ler O MIRANTE todas as semanas, fica com vontade de entregar uma parte do seu salário nos braços da tropa que nos governa (sem ofensa para o ministro da Defesa e para o primeiro-ministro, que nem sequer foram à dita)? Mil vezes investir essa massa numa noite de perdição numa casa de meretrizes, pagar as quotas em atraso ao Sporting ou mesmo dar algum aos arrumadores e aos pedintes que por aí abundam.Termino com uma preocupação. Os estacionamentos em cima dos passeios vão dar multas pesadas e até carta fora. Pelo menos é o que se diz. Esta medida vai dar cabo das nossas florestas. Vai ser mais devastadora que os incêndios do último Verão. A razão é simples: as multas são passadas em papel e o papel é feito de celulose, que por sua vez vem das árvores. Com tanta multa a caminho, vai-se o défice e vai-se o resto da floresta...Saudações ecológicas doSerafim das Neves

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