Festejo mais um aniversário de «O Mirante» como se de facto continuasse a ser seu jornalista como fui entre Outubro de 1997 e Fevereiro de 2001. A camisola de «O Mirante» uma vez vestida nunca mais se despe. Festejo este aniversário lembrando um episódio espantoso que me aconteceu uma manhã em que por um qualquer acaso estava só na redacção. Foi-me dito que estava um senhor de bicicleta a pedais a querer falar com um jornalista. Lá fui com ele a falar como se fôssemos velhos amigos (e éramos por causa do jornal) e lá se fez a notícia. Para o nosso leitor era mais importante falar com o jornal do que com a PSP ou com a Câmara Municipal. Para ele a única protecção civil era O MIRANTE. Ele sabia que a sua voz teria voz e o seu problema passava a ser um problema conhecido. É isto que muitos secretários de Estado não podem compreender, rodeados que estão de gente que só sabe dizer que sim. Um jornal pode ser algo mais do que um conjunto de páginas de papel; pode ser uma coisa com gente dentro, com pessoas concretas cuja vida pode ser melhorada com uma simples notícia. José do Carmo Francisco