Um agente da autoridade que morra às mãos de um criminoso não dá o relevante impacto político-governamental, chatices e embaraços (...). Por isso, os responsáveis pela governação deste país e pela segurança de todos os seus cidadãos, incluindo as forças de segurança, não dão a atenção devida ao problema e assim não podem resolvê-lo.Os polícias não podem usar as armas porque matam, não podem usar meios materiais dissuasores e equipamentos de retenção para veículos em fuga, como as polémicas lagartas com pregos, porque podem trazer prejuízos aos criminosos ou aos infractores desobedientes.Como as leis também não ajudam as forças de segurança, os marginais aproveitam a oportunidade para usufruir dessas benesses. Os polícias que se lixem. E dentro deste contexto, foi assim que Armando Luís Caleiro Lopes foi selvaticamente assassinado.Permitam-me esta pequeno homenagem ao chefe de polícia falecido. Talvez se não fosses polícia não tivesses perdido a vida tão trágica e selvaticamente aos 38 anos de idade, quando cumprias com brio e estoicidade os teus deveres profissionais. Talvez se não fosses polícia não tivesses deixado uma viúva afogada num mar de lágrimas, com a vida destroçada e sem horizonte. Talvez se não fosses polícia os teus dois filhos não tivessem ficado órfãos na idade em que mais precisavam do teu amparo, da tua protecção e do teu amor.Talvez se não fosses polícia os teus pais não sofressem neste momento o mais profundo desgosto por terem perdido um filho em circunstâncias tão bárbaras e trágicas. Talvez se não fosses polícia a tua família enlutada já tivesse recebido as condolências dos dinossauros da política, dos pesarosos do Governo, dos dinossauros defensores dos direitos humanos e dos lagrimantes e acérrimos defensores das vítimas do racismo e xenofobia. Mas era apenas polícia.De um teu camaradaCassimiro Dias Luís - Santarém