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Presidente para todo o serviço

José David há mais de 12 anos na presidência da Junta de Freguesia da Raposa

O presidente da Junta de Freguesia da Raposa é um homem para todo o serviço. Para além das suas funções como autarca, José David é o condutor do autocarro da junta, o locutor de serviço nos jogos de futebol do clube local e está sempre disponível para ajudar os seus fregueses. Com 43 anos, mais de 12 dos quais a gerir os destinos da Raposa, diz que o que melhor se leva da vida é o convívio, de preferência à volta de um petisco e do “sumo de uva”.

José David nasceu no hospital de Almeirim, andou na escola primária da Raposa, onde tirou a quarta classe. Actualmente, tem o 6º ano de escolaridade, tirado à noite num curso que decorreu na freguesia, em 1995. A sua infância não foi fácil, mas deu-lhe experiência para enfrentar as dificuldades da vida. Começou a trabalhar aos 10 anos a guardar ovelhas. Andou na vindima e a trabalhar nas culturas de arroz da zona. Com 12 anos, ganhava um ordenado igual ao dos homens, que era de 45 escudos. Mais tarde, entrou como aprendiz para uma oficina de Almeirim, que já não existe, onde esteve 12 anos. Até 1985, quando decidiu montar uma oficina de bate-chapas na Raposa. O negócio durou um mês porque, entretanto, surgiu a oportunidade de ingressar numa empresa de instalação de linhas telefónicas. Percorreu o país subindo postes e comandando equipas de trabalhadores como encarregado. Mais recentemente, foi condutor do camião de transporte do lixo da empresa STL, que faz a recolha dos resíduos em Almeirim. Hoje é encarregado dos aterros sanitários do Grupo Lena. O tempo que dedica à profissão e à junta de freguesia deixam-lhe pouco tempo, mas sempre consegue tirar alguns momentos para estar com a família. O futebol é uma das suas paixões, até porque foi jogador do Grupo Desportivo Raposense, passou pelo União de Santarém e pelo Coruchense. É sportinguista ferrenho, mas não troca um jogo de futebol ao que diz ser o seu maior prazer da vida: os petiscos com os amigos. Em termos de comida gosta de tudo o que faz mal, mas sabe bem e confessa ser apreciador de um bom vinho. Diz com orgulho que nem o ácido úrico, nem o colesterol, o atacaram até agora. “Há pessoas que dizem que comem para viver, eu vivo para comer”, confessa com humor. José David diz que não tem grandes sonhos na vida, sobretudo no que toca a bens materiais. E acrescenta que se sente bem com o que tem e que foi conseguido com o seu esforço e trabalho. De todos os países que conhece garante que aquele de que gosta mais é Portugal. Já esteve na Alemanha, Andorra, Suíça, entre outros países que conheceu em deslocações do Rancho Folclórico da Raposa, ao estrangeiro, uma vez que é o condutor do autocarro da junta de freguesia, já que esta não tem possibilidades para pagar a um motorista. Para a sua terra tem alguns desejos. Gostava de fazer as obras de recuperação da sede da junta de freguesia e do posto médico que estão degradados, bem como ver o largo da junta, em grande parte em terra batido, ser alvo de um arranjo urbanístico. Outros dos anseios são a construção de uma ETAR (estação de tratamento de águas residuais) e arranjar um terreno para fazer uma pequena zona de actividades económicas. Quando sair da junta gostava que a presidência fosse ocupada por uma pessoa que consiga fazer mais do que ele já fez, ou possa fazer. Antes de se reformar ainda gostava de experimentar outra profissão - a de motorista de autocarros de turismo no estrangeiro. E depois disso a única coisa que quer é conhecer novos sítios e voltar a alguns que já visitou. Amsterdão é um dos que está no roteiro, até porque gostou muito de ver as “meninas” nas montras como se fossem artigos de pronto-a-vestir.

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