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Um clube enguiçado

“Os Leões” da Póvoa de Santarém estão há 15 anos sem actividade

Quando tudo parecia caminhar no sentido do regresso à actividade “Os Leões”, da Póvoa de Santarém, enfrentam novas dificuldades. Dois roubos de materiais e vários boatos de má gestão estão a desanimar os directores do clube e a inactividade que se mantém há 15 anos pode estar para durar.

Há perto de 15 anos que o Sport Clube Povoense “Os Leões”, de Póvoa de San-tarém, não participa em qualquer competição despor-tiva oficial. Apesar da von-tade de alguns directores em voltar a animar a colectividade, há sempre algo que faz com que os projectos não avancem e o clube se mantenha praticamente inactivo. Para já apenas as danças de salão vão tendo actividade regular.O caso mais recente envolve a actual direcção. Desde Abril que os novos directores têm realizado várias melhorias no campo de futebol do clube, de forma a que a colectividade possa regressar à actividade com uma equipa jovem, mas a tarefa não tem sido fácil.Primeiro, em Maio, foi o assalto a uma das máquinas de um empresário local, que estava a ajudar o clube no arranjo do campo e das bancadas, em que roubaram perto de 200 litros de gasóleo. Agora, há cerca de três semanas, roubaram os fios da iluminação do campo e tentaram assaltar o bar, onde estavam guardados vários materiais. Não levaram nada mas estragaram a fechadura que tinha sido colocada há pouco tempo.Para desmotivar ainda mais os directores, nas últimas semanas têm circulado na freguesia vários rumores que colocam em causa, não só as obras feitas recente-mente, como também deixam implícito que alguns dos actuais responsáveis podem estar a usar o clube em proveito próprio.O vice-presidente d’ “Os Leões” da Póvoa de Santarém, Valdemar Lopes, responsável pela gestão desportiva do clube, é um dos mais desanimados. É ele que tem dirigido os trabalhos de remodelação do campo de futebol e lamenta que algumas pessoas, em vez de ajudarem, só contribuam para que a colectividade se mantenha inactiva.“Se alguém tem desconfianças sobre a forma como estamos a gastar o dinheiro, pergunte-nos que nós explicamos tudo e apresentamos as facturas comprovativas”, refere o vice-presidente do clube, que só vê uma razão para os boatos postos a circular, segundo diz, por alguns ex-dirigentes que nada fizeram em prol da associação. “Têm dor de cotovelo, porque quando estiveram aqui não conseguiram fazer nada”.Os membros da actual direcção tiveram mesmo conhecimento de uma reunião entre membros da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal, onde foram debatidas estas questões e levantadas algumas suspeitas, mas para a qual não foi convidado nenhum elemento da Direcção, o que Valdemar Lopes considera muito estranho.Esclarecendo as obras feitas desde a entrada em funções, o vice-presidente para a área desportiva diz que se efectuaram várias terraplanagens, incluindo socalcos no muro de terra em forma de bancada, foram construídos dois novos bancos de suplentes, porque os antigos não tinham as dimensões exigidas, o bar foi fechado de forma a impedir a entrada de estranhos, os balneários foram remodelados e pintados, fizeram-se os caboucos para as vedações, entre outras pequenas obras como a construção de uma casa para os esquentadores, que anteriormente estavam dentro dos balneários, o que, além de perigoso, é completamente proibido.Ao todo, as obras custaram cerca de seis mil euros, valor que só não foi maior devido ao trabalho voluntário de alguns directores e associados e às ofertas de empresários da freguesia. Valdemar Lopes só lamenta que nem todos tenham colaborado e que agora ainda venham levantar dúvidas sobre a honestidade de quem trabalhou desinteressadamente. “Trabalhei lá quatro dias de férias para merecer o que mereço agora”, lamenta.Para esclarecer tudo, o vice-presidente diz que a direcção quer marcar uma assembleia-geral para Janeiro, onde apresentará as contas e onde se fará a eleição de novos corpos gerentes. Valdemar Lopes admite continuar à frente da secção desportiva, tudo dependendo dos nomes que queiram colaborar e partilhar do objectivo de formar uma equipa jovem para entrar no próximo campeonato distrital.

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