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Orçamento passa à vontade em Alcanena

Mesmo com decréscimo de 20 por cento a afectar o investimento
Não foi possível estancar a despesa corrente na Câmara de Alcanena e quem sofre é o investimento para 2004. O bolo de 44,3 milhões de euros não chega para acorrer a todas as obras com a celeridade, ficando obras no valor de cerca de oito milhões euros com financiamento por definir.Para 2004 destacam-se as obras no jardim de infância, com 380 mil euros, as requalificações urbanas de Alcanena e Minde, respectivamente, com 480 e 615 mil euros, e a construção do pavilhão multiusos na sede de concelho, no valor previsto de 1,2 milhões de euros. O presidente da Câmara de Alcanena, o independente Luís Azevedo, referiu, durante a discussão do plano, que a autarquia está a agendar um reforço de verbas para obras de candidaturas com fundos comunitários para tratamento de esgotos e requalificação da zona do mercado municipal.Reconhecendo as dificuldades por que todos passam, o autarca deu ainda o exemplo do “congelamento” do valor da tarifa de saneamento, justificando-o com o intuito de não sobrecarregar os munícipes que já pagam muitos impostos.Uma deixa aproveitada por Rui Anastácio, do PS, que considerou a intervenção de Luís Azevedo uma declaração de incapacidade. “Pôr a requalificação urbana de Alcanena e de Minde à frente do tratamento dos esgotos na Serra de Santo António é uma inversão de prioridades”, exemplificou. Uma opinião que motivou a resposta do autarca e troca mais azeda de palavras entre os dois, com o edil a apelidar a posição do deputado rosa de demagógica. Do lado do PSD, a deputada Ana Cláudia constatou que o ambiente e qualidade de vida não estão a melhorar no concelho. E quanto ao futuro da zona industrial de Alcanena, denunciou que “os 335 mil euros a ela destinados devia ser a verba prevista para o primeiro ano do mandato, mas ainda estamos na primeira fase do projecto. Em contrapartida, não falta dinheiro para festas e fogos de artificio”, acusou. Quem não teve pelos ajustes e votou contra a proposta da maioria camarária foram os dois deputados da CDU. Durão Magno esclareceu que durante os dois primeiros anos de governação do ICA ainda foi dado o benefício da dúvida, mas que “no corrente ano se verifica a estagnação do concelho o que nos leva a tomar esta posição”.PIDDAC e zona industrialAinda antes da ordem de trabalhos, discutiu-se o Programa de Investimentos e Despesa de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) no concelho. Aí, Ana Cláudia quis desmistificar uma alegada marginalização do PIDDAC em relação a Alcanena e recordou os dados fornecidos pelo grupo parlamentar do seu partido referentes ao período entre 2001 e 2003 e previsões para 2004, concluindo que o concelho de Alcanena se encontra actualmente no sexto lugar do ranking dos investimentos previstos para 2004 entre os concelhos que integram a Associação de Municípios do Médio Tejo (AMMT). O PS também aproveitou para “atacar” Luís Azevedo em relação à indefinição do projecto para a zona industrial de Alcanena, falando em “falta de estratégia e não apresentação de prazos”, acusando ainda a maioria autárquica de ter trocado a solução do parque de negócios por nada.O líder da edilidade logo esclareceu que a Câmara de Alcanena foi contactada em 2001 pela Nersant para criar um parque de negócios, no qual se posicionaria como parceiro estratégico. Mas que tinha acabado por considerar a proposta inaceitável já que o município apenas ficaria “com uma posição de dois ou três por cento”.

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