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Cidade é só no papel

Lapas, uma freguesia de Torres Novas carente de investimentos

A integração da freguesia de Lapas no limite urbano da cidade de Torres Novas trouxe mais desvantagens do que vantagens, segundo os autarcas da freguesia. Sem hipótese de recorrer a apoios destinados ao desenvolvimento rural, aguarda-se pelo cumprimento de algumas antigas promessas camarárias.

Desde 1996, altura em que foi aprovado o Plano Director Municipal (PDM), que a freguesia de Lapas foi integrada na área urbana de Torres Novas, ficando deste modo a ser a única freguesia inteiramente urbana do município torrejano. No entanto a classificação tem trazido mais preocupações do que benefícios. Os investimentos camarários há muito decididos ou anunciados tardam em chegar.Por ser inteiramente urbana - a freguesia é composta pela aldeia que lhe dá o nome e por vários bairros, incluindo a Quinta da Silvã e o bairro da Cabrita, ambos mais afastados do velho centro -, Lapas viu-se impedida de apresentar candidaturas a alguns programas de apoio ao desenvolvimento rural, como foram os casos do RIME - Leader II. Foi a única freguesia torrejana nesta situação. As restantes freguesias da cidade – Santa Maria, Salvador, São Pedro e Santiago – têm área rural e puderam desenvolver projectos ao abrigo desses programas.Perante esta situação a junta de freguesia tem pedido à câmara uma outra atenção e um tratamento igual ao das restantes freguesias em que se divide a cidade de Torres Novas. Às pretensões da junta, aliou-se este ano a assembleia de freguesia, que enviou um documento à câmara municipal manifestando “as sérias preocupações da freguesia, relativamente às necessidades mais prementes de que carece, as quais originam dificuldades enormes no seu desenvolvimento sustentado”.A assembleia de freguesia, presidida por João Carlos Ferreira da Silva (PS), afirma que em Lapas “não se verifica”, como se nota nas restantes freguesias da cidade, “intervenções quer a nível mais simples, quer a nível mais profundo”.Alguns dos investimentos reclamados pela freguesia estão deliberados pela câmara desde 1996 e 1997, como é o caso dos passeios na EM-557.2 que liga as freguesias de Lapas e São Pedro. Para além dos passeios para protecção de peões, os autarcas de Lapas pedem que a via tenha um separador central urbanizado transformando a estrada numa avenida urbana.Na mesma óptica pretendem o arranjo urbanístico da Banda de Além, na margem direita do Almonda, e da via do Cabelo do Rato que liga a Silvã ao Bairro de Santo António das Pedreiras. A ponte dos Pimentéis, a que O MIRANTE fez referência na edição de 11 de Setembro é outro dos investimentos pretendidos pela freguesia. A pequena passagem pedonal, proposta para classificação como património de interesse concelhio no PDM, caiu com as intempéries de Novembro de 1997 e de então para cá não foi objecto de qualquer intervenção.Em Setembro, o vereador Lobo Antunes, responsável pelo Departamento de Administração Urbanística, disse a O MIRANTE que estava a ser elaborado um projecto de recuperação das pontes: “O trabalho está a ser feito pelo GAT, mas é um projecto complexo. Esperemos que fique terminado até ao final do ano”. Mas para além destas obras, da conclusão da rede de saneamento básico e abastecimento de águas a certas zonas da freguesia, nomeadamente no bairro da Cabrita, e da ampliação do cemitério era importante que Lapas fosse vista como cidade. Ou seja, que alguns dos grandes equipamentos projectados fossem construídos nesta autarquia. O presidente da junta, Francisco Duque Emílio (PS), propôs que o edifício que eventualmente irá albergar o politécnico ligado à Universidade Lusíada ficasse em Lapas, antes da câmara ter definitivamente optado pela residência de estudantes, conhecida pela “casa amarela”, no Largo de Santo André. A proposta foi vetada, tal como viria a ser a de localização do palácio dos desportos. “Se Lapas é cidade não percebo porque não poderia ficar aqui o palácio dos desportos”, lamenta o autarca. Porém, nem tudo foi completamente esquecido. Ao abrigo do programa Turris XXI, que projectou todas as obras a construir na cidade, foi finalmente recuperada a margem esquerda do Almonda no centro da aldeia. As estreitas travessas do centro histórico foram calcetadas e os candeeiros de iluminação pública passaram a ter a forma de lanternas.Margarida Trincão

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