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Muita parra e pouca uva

Muita parra e pouca uva

Está quase concluído o Estudo Porter II sobre o vinho e continua quase tudo por fazer

Está prestes a ser apresentado o Estudo Porter II sobre o cluster do vinho em Portugal e está quase tudo por fazer. É esta a conclusão a que se pode chegar depois do colóquio promovido pela Comissão Vitivinícola Regional Ribatejana (CVRR) na passada quinta-feira, na livraria Tintas & Letras, em Alpiarça, que juntou alguns especialistas nacionais e produtores da região.

A duas semanas da apresentação do segundo estudo do economista america-no, Michael Porter, que inclui uma análise ao cluster do vinho em Portugal, pouco ou nada foi feito para desenvolver o sector.Identificados os defeitos da estrutura vitivinícola em Portugal após a realização do primeiro estudo, surge agora uma série de propostas para aplicar com urgência. Isto caso Portugal e as suas regiões vitivinícolas mais importantes queiram acompanhar a pedalada dos novos produtores de vinho mundiais.De acordo com os dados apresentados pelo presidente da ViniPortugal, Vasco d’Avillez, os mercados dos Estados Unidos e Reino Unido devem ser as grandes prioridades para 2004 e anos seguintes. Para isso torna-se necessário atrair mais fundos públicos para investimento, melhorando critérios de qualidade da vitivinicultura, promovendo a inovação e protegendo a tradição. Outra medida importante é a criação da denominação Portugal, desenvolvendo, em paralelo, produtos de nível superior. Mas a tarefa não se avizinha fácil, já que, como exemplificou Vasco d’Avillez, no orçamento anterior “o Ministério da Agricultura deu apenas três por cento aos projectos relacionados com o vinho”.Orlando Iglésias, presidente da Associação dos Escanções de Portugal, sugeriu também que há que apostar em vinhos mais suaves no primeiro contacto com o mercado externo, como sucedeu com o Mateus Rosé.José Gaspar, moderador do debate, considerou também que existe no país a ideia de que as adegas são apenas locais onde os produtores descarregam uvas. E alertou para uma filosofia de comerciante e não de empresário, reinante no país. “A margem de lucro de venda do vinho na restauração é elevadíssima, o que não se justifica”, opinou. A sociedade Talhão, de Almeirim, pela voz de José Guimarais, mostrou-se muito crítica com o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), apelidando-o de elefante branco com 400 pessoas ao serviço, acrescentando ainda que há milhares de litros de vinho que, em vez de seguirem para a destilação, são lançados no mercado de consumo.
Muita parra e pouca uva

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