No teu último e-mail falas da fatalidade genética do macho lusitano que o leva a dar porrada nas mulheres. Como sou do contra, quero dizer-te que também conheço mulheres que se fartam de molhar a sopa nos respectivos maridos. Uma delas dá-se ao requinte de utilizar apenas a moldura da fotografia de casamento para o efeito. Diz a sorrir que é para não sujar as mãos. E o valor simbólico que aquilo tem!!!Mas há mais. Sei de um energúmeno de vinte anos que obrigou a namorada a emagrecer. A rapariga mede um metro e setenta e pesava 45 quilos mas ele chamava-lhe gorda a toda a hora, só para a massacrar. Fez dela uma anoréctica, como deves imaginar. Um esqueleto ambulante com olheiras até aos pés. O mais curioso é que a besta machista pesa 120 quilos, come oito carcaças com manteiga e fiambre ao pequeno almoço, frango e meio assado ao almoço, dúzia e meia de pastéis de nata ao lanche e oito big macs à janta. E ainda dizem que a nossa geração tiranizava as mulheres?!! Tiranizava o tanas!!!...E o badanas!!!Serafim, a semana passada vi no Cavaleiro Andante fotos do presidente da câmara de Rio Maior, Silvino Sequeira, e do Secretário de Estado Miguel Relvas, abraçados a crianças de tenra idade no decorrer de uma visita a um jardim de infância. Os políticos à vezes não medem as consequências dos seus actos. Com o que vai para aí de pedofilia e de suspeitas de pedofilia, eles que se cuidem. Eles e os outros. Essa coisa de andarem nas campanhas eleitorais a beijar miúdos ainda vai dar para o torto, vais ver.Eu já não me lembro se o deputado Paulo Pedroso pegou em muitos meninos ao colo no decorrer da última campanha eleitoral para as legislativas mas é mais que certo que os eleitores vão estar muito mais atentos e vigilantes quando as caravanas dos partidos voltarem às ruas. E já agora que referi as beijocadas eleitorais conto-te mais uma história. Um dia destes foi-me apresentada uma senhora que nas últimas eleições meteu um mês de férias para acompanhar a caravana do Durão Barroso. Não porque tivesse qualquer simpatia pelo PSD mas porque o então candidato a Primeiro-Ministro “mexia” (sic) com ela. Confessou-me, sem pudor, que aproveitava a confusão para o beijar mais que uma vez ao dia e que, de cada vez que isso acontecia ficava com as pernas bambas e o coração aos saltos. Há cada tara!!!É claro que a mulher se curou. Como é funcionária pública e nunca mais viu um aumento desde que o homem passou a comandar o Governo, ficou frígida. Quando se lembra das beijokas que deu no Durão entra em depressão. Vai lavar a boca com sabão. Só lhe apetece desaparecer. A notícia bizarra da semana passada, que até deu cartoon aqui n’ O MIRANTE, foi a do carroceiro com 2,2 mg/litro de álcool no sangue que, com a bezana, abalroou um carro. É uma injustiça, Serafim. Ninguém se interrogou sobre a taxa de alcoolemia da mula. Nem a PSP, nem o jornalista que redigiu a notícia, nem a condutora do ligeiro. Ninguém se lembrou que um muar ébrio não obedece ao condutor com a mesma fiabilidade e fidelidade de um motor. E se a mula estava mais bêbada que o dono e decidiu desobedecer ao comando das rédeas? Concordas que pague o justo pelo pecador? Ao não obrigar o animal a soprar no balão a polícia errou. Eu se fosse ao azarado condutor da carroça protestava. Olá se protestava. E se me mandassem calar até zurrava. Zurrava, pois! E escoicinhava se fosse preciso. Até fazer valer o meu ponto de vista. E vou rematar com uma de futebol. De cada vez que chove lá vem um miúdo queimado com a cal das marcações dos campos da bola. Esta época já foram carradas deles. E ninguém acaba com aquilo. Ainda agora estive a ver a foto da vítima desta semana. Tem as pernas e o rabiosque todos queimados. Mas será que nos clubes nunca ouviram dizer que o melhor para os rabinhos sensíveis é o pó de talco. Ai Serafim, Serafim. A sensibilidade feminina faz muita falta ao nosso futebol.Saudações desportivas do Manuel Serra d’Aire