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Para agitar consciências e sacudir o conformismo

Para agitar consciências e sacudir o conformismo

Nersant lança “Conversas do Vale do Tejo”
O conformismo instalou-se no país e há uma descrença generalizada que chega ao ponto de as próprias elites nacionais acharem por bem, em declarações na imprensa, transformar já Portugal numa província espanhola. É contra este pano de fundo que a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) quer lutar. Da única forma que sabe – apresentando projectos, trazendo investimentos, mudando atitudes, através de uma reflexão conjunta.É neste cenário que surgem as “Conversas do Vale do Tejo”, uma iniciativa que visa reflectir o que está mal no país, no tecido económico e empresarial. Durante dois anos e meio a Nersant vai realizar 14 reuniões temáticas, de assuntos tão variados como a economia, ensino, política e ciência, e pretende que os destinatários saiam destas “sessões de terapia” com ânimo reforçado, inconformados e com vontade de transmitir aos governantes de que algo tem de mudar.Isto é, as “Conversas do Vale do Tejo” têm um objectivo definido – “sacudir” os empresários, gestores, quadros técnicos, professores, banca, autarcas, deputados e outras personalidades da região e do país, para que não se deixem cair no conformismo nacional.O modelo é simples – cada sessão terá dois convidados, sempre personalidades de referência para a discussão do tema em destaque, que serão entrevistados por um jornalista do Semanário Económico. Após as intervenções, a discussão do tema será aberta a todos os participantes, que apresentarão a sua questão por escrito.Antes de se iniciar cada sessão, um membro da Nersant dirá qual é a posição da associação sobre o tema que irá ser discutido. A primeira “conversa” realiza-se já na próxima terça-feira, em Santarém, e terá como tema a evasão fiscal. Medina Carreira e Rui Barreira tentarão responder à pergunta de fundo “a responsabilidade será das empresas?”. Outros 13 temas, como o sistema de justiça em Portugal, as condicionantes da Constituição portuguesa ou a crise no ensino, serão abordados até Junho de 2006, altura em que serão apresentadas as publicações das intervenções de todas as sessões, no decorrer das III Conferências Empresariais do Vale do Tejo.Com o objectivo de reunir entre 100 a 120 participantes por sessão, a Nersant irá promover a iniciativa através da imprensa regional, direct mail a enviar a 2500 empresas, e 2500 e-mails.A aposta no turismo ruralNão foi por acaso que a Nersant escolheu o Hotel Rural de Santarém, na Azóia de Baixo, para dar a conhecer à Imprensa o programa das “Conversas do Vale do Tejo”. A associação pretende apostar fortemente neste tipo de negócio, nos próximos anos, dado o potencial de crescimento que esta actividade tem tido no distrito.De acordo com José Eduardo Carvalho, o turismo rural está, neste momento, a assumir-se como potenciador do desenvolvimento da região e com o qual a Nersant quer trabalhar no futuro próximo. Salientando o facto de as sessões não poderem vir a ser realizadas em todos os empreendimentos de turismo rural existentes no distrito, José Eduardo Carvalho referiu que os 14 escolhidos tiveram por base critérios de capacidade – uma sala para uma centena de pessoas e uma sala de jantar para uma lotação idêntica.A escolha da Nersant teve também por base a dispersão geográfica da região, levando as “Conversas do Vale do Tejo” de Norte a Sul do distrito e a um concelho “administrado” por Lisboa, como Azambuja.A segunda sessão, a realizar em Abril, será feita na Estalagem do Vale Manso, concelho de Abrantes e a terceira bem mais a sul, no concelho de Benavente (na herdade da Companhia das Lezírias). Encontro este que irá coincidir com a entrega do prémio Galardão Empresa do Ano 2002.Embora as restantes datas ainda não estejam confirmadas, há já a certeza que Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Entroncamento, Ourém, Salvaterra de Magos e Tomar serão também anfitriãs do evento.Independentemente dos locais onde se realizam, as “Conversas do Vale do Tejo” pretendem, como referiu o presidente da Nersant, “transmitir a quem governa de que algumas coisas que irão ser discutidas merecem ser mudadas”. Principalmente ali para os lados do Ministério da Economia, equipa a quem José Eduardo Carvalho deixou um conselho – “saiam mais dos gabinetes, vão ao terreno, só assim se conhecem os problemas”.
Para agitar consciências e sacudir o conformismo

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