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No mundo da publicidade

Há 12 anos, quando começou, Vasco Duque Alves pouco ou nada percebia do negócio

Vasco Duque Alves entrou no mundo da impressão publicitária quase por brincadeira mas hoje leva o negócio muito a sério. Passou por algumas dificuldades mas é com orgulho que agora olha para um automóvel com inscrições publicitárias feitas pela Fumassa, a empresa que fundou há 12 anos com o irmão.

Vasco Duque Alves só começou a trabalhar depois de ter feito a tropa. Arrastado pelo irmão mais velho, Alexandre, entrou numa actividade da qual nada sabia, mas hoje não quer outra coisa. A publicidade institucional puxou o seu lado mais criativo mas Vasco é daqueles que também gosta de sujar as mãos nas tintas e diluentes, necessários à serigrafia e tampografia.O irmão mais velho, então presidente do Moto Clube de Torres Novas, adorava pintar os capacetes dos amigos e convenceu Vasco Duque Alves, então a cumprir serviço militar, de que poderia estar ali um negócio promissor para ambos.Arrastado para o negócio, Vasco e o irmão acabaram mesmo por entrar no mundo empresarial há 12 anos, depois de terem visitado a primeira feira empresarial da Nersant (Fersant), tendo o pai dado o empurrão imprescindível ao “emprestar-lhes” três mil contos para iniciarem o negócio.“Comprámos uma máquina de corte, denominada carrossel, para imprimir t-shirt’s e uma outra máquina de serigrafia, para imprimir autocolantes”, refere Vasco. O equipamento foi adquirido sem perceberem muito bem onde se estavam a meter. “Eu não sabia nada de nada deste negócio e a única experiência que o meu irmão tinha vinha do hobbie de pintar capacetes e mandar fazer alguns autocolantes para o Moto Clube”.Enquanto o irmão recebeu alguma formação para a máquina de corte, Vasco ficou com a parte da impressão. “Foi um bocado complicado porque ainda estava na tropa e só vinha aos fins-de-semana”. No que respeita à máquina de serigrafia, então foi um desastre. “Quem nos vendeu as máquinas foi um senhor que só vendia, e ainda vende, computadores e não percebia nada daquilo. Serviu só de intermediário entre o fornecedor e nós”. “O caminho não foi fácil, houve muitos problemas porque nunca tínhamos visto o que era serigrafia”. As coisas correram mal durante algum tempo mas pouco a pouco, “com muito trabalho e sacrifício”, tudo se começou a compor.O nome da empresa surgiu por causa de uma tragédia familiar. Já tinham as máquinas empacotadas em casa quando o irmão mais novo, Nuno, faleceu num acidente rodoviário. “O meu irmão era conhecido pela alcunha de Fumassa e foi esse o nome que decidimos pôr à empresa”. Como uma espécie de homenagem.E a actividade de impressão publicitária começou como uma brincadeira que hoje Vasco leva muito a sério. Ainda hoje o impressor publicitário sente orgulho quando vê passar em qualquer estrada um automóvel com inscrições publicitárias feitas pela Fumassa. “Há 12 anos muito pouca gente fazia este tipo de impressão, quer em t-shirt’s quer em outros objectos, era tudo pintado à mão. E nessa altura a publicidade automóvel era muito reduzida, quase nula”, diz Vasco.Quando se lhe pergunta o que mais gosta de fazer, a resposta sai pronta: “Tudo!”. Ainda hoje, tendo a trabalhar na empresa 17 empregados, não se importa nada de ir para a máquina que imprime a publicidade em esferográficas (tampografia), onde se suja as mãos com tintas e diluentes. “Tenho uma empresa para continuar no futuro e tenho que ir à luta”, diz, adiantando que, de certeza, gosta mais daquilo que os seus funcionários. Quando a nossa reportagem chegou à empresa, Vasco Duque Alves estava mesmo empoleirado em cima de uma mesa a colar um enorme cartaz publicitário para uma grande superfície comercial.Os super e hipermercados são hoje bons clientes de Vasco. E muitos outdoors publicitários que se vêem por essa região fora, a anunciar produtos de marcas nacionais ou estrangeiras, saíram das mãos de Vasco e da equipa da Fumassa. Ponto assente desde que abriram a empresa era comercializar uma marca própria, um sonho só concretizado recentemente. Na loja que hoje possuem em Torres Novas vendem t-shirt’s, casacos e bonés com a marca Fumassa.É sempre o primeiro a chegar – “eu é que tenho as chaves” – e o último a sair. Costuma ir almoçar a casa dos pais ou dos sogros mas até isso está a pensar mudar, para perder menos tempo. “Temos um refeitório pequenino e estou até a pensar contratar alguém para fazer refeições para todos”.O fato e a gravata não entram na empresa, sendo substituídos pela bata de trabalho azul escuro, com o nome da firma inscrito nas costas. Aliás, Vasco acaba por confessar sentir-se muito melhor assim do que em eventos sociais, mesmo que seja para angariar clientes. Não é por acaso que o irmão Alexandre é que trata de toda a área comercial. “Ele tem mais à vontade do que eu”, diz, adiantando no entanto que gosta muito de “tratar do dinheiro”. “Com os bancos sou eu que lido”.Margarida Cabeleira

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