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Azambuja na Comunidade Urbana

Proposta aprovada em Assembleia Municipal com duras críticas da oposição
A Azambuja vai integrar a Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo. A proposta de adesão foi aprovada na última sessão extraordinária da Assembleia Municipal, realizada na sexta-feira à noite, 13 de Fevereiro, com as abstenções da bancada da CDU e um voto contra do PSD.A oposição teceu duras críticas à proposta apresentada pelo executivo que considera que não incluiu a possibilidade de integrar a futura comunidade de municípios do Oeste ou a ligação à Área Metropolitana de Lisboa, áreas com as quais o concelho tem ligação.O deputado do PSD, José Leirião, o único que votou contra a proposta de integração, foi um dos críticos mais severos à adesão. “Não estou de acordo de que as afinidades do concelho sejam em relação ao Cartaxo e Santarém. São afinidades puramente falsas. Os jovens estão mais ligados a Lisboa. Continuamos a ligar ao passado e não ligados ao futuro. Podíamos ser os últimos da Área Metropolitana de Lisboa, mas estávamos na primeira divisão. Assim vamos ficar na segunda. É como passar de cavalo para burro”.Assim como José Leirião, também o deputado da CDU, António Nobre, considera que os munícipes deveriam ter sido ouvidos numa matéria que possui um grande alcance. “Vai criar-se um ente público que vai absorver uma vasta panóplia de competências quando não há um órgão responsável”, observou. O eleito não vê o sentido prático da adesão até porque as grandes opções estratégicas, como a água e o saneamento, estão no Oeste.O deputado do PSD, José Paulo, admite que o município não tem peso na Área Metropolitana de Lisboa, mas considera que é necessário que Azambuja tenha capacidade para liderar na Lezíria. “Todos os municípios da lezíria estão virados para o Tejo. Azambuja está de costas viradas para o rio. Será esta a oportunidade do município se virar para o Tejo?”, interroga.O deputado da CDU, José Fernando, considera que a adesão à Comunidade Urbana da Lezíria é um passo atrás no desenvolvimento do município. “Não vejo ninguém a ir trabalhar para Santarém, Chamusca ou Cartaxo. O nosso destino é Lisboa quer queiram quer não. Prefiro ser periférico de Lisboa que ser periférico de Santarém ou das Caldas”.O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, garante que a proposta não é a “transferência da soberania municipal”, mas a tentativa de preservar a tradição da vila, evitando que seja engolida por Lisboa como aconteceu com Vila Franca de Xira.O autarca considera que a opção apresentada é a que apresenta maiores vantagens. “É sentimento generalizado de que a identidade cultural e social está em concordância com municípios como o Cartaxo ou Almeirim, mais do que com concelhos da área de Lisboa como Cascais, Oeiras e Sintra”, salientou.Por outro lado o autarca considera que os problemas são também comuns. “Há problemas ao nível do ambiente que se põem ao Cartaxo, Santarém e a Bevanente, mas que não se põem noutros locais, o que permite a aplicação de soluções comuns”. A possibilidade de aproveitar a economia de escala, no que diz respeito por exemplo à contratação de empresas para a fiscalização dos elevadores, é outra das mais valias. A integração permitirá ainda ao município poder beneficiar dos fundos de coesão do próximo quadro comunitário de apoio, uma vez que a área da grande Lisboa não será abrangida.Apesar de Azambuja integrar a Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, o concelho continuará a pertencer ao distrito de Lisboa e o sistema de abastecimento de águas e saneamento será garantido por uma empresa intermunicipal que inclui municípios da área do Oeste.

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