A aposta na mudança
Manuel João Mota Cardoso (PS), presidente da Junta de Freguesia de Riachos
Candidatou-se a presidente sob o slogan “Se eu ganhar Riachos vai mudar” e espera não defraudar os eleitores. Manuel João Mota Cardoso, decorador e fervoroso adepto do Clube Atlético Riachense e do Benfica, acredita na juventude e, apesar de não ter nascido em Riachos, sente-se um riachense de alma e coração.João Cardoso nasceu na Chamusca há 66 anos, mas já foi baptizado em Torres Novas. Aos 24 anos casou-se com uma riachense e foi residir para Riachos. “Quando se está quarenta e tal anos numa terra, se passou por duas vezes por uma colectividade que hoje tem grande importância no concelho, o Clube Atlético Riachense, cria-se uma grande amizade com as pessoas, com a vida da terra e sente-se uma grande vontade de ajudar a resolver os problemas”.Foi por isso, e também porque profissionalmente considerou que tinha a vida estabilizada, que aceitou o convite do presidente da Câmara de Torres Novas e se candidatou pelo PS, nas últimas autárquicas. Em termos de presidência de junta este é o seu primeiro mandato, mas já foi elemento da assembleia municipal e da assembleia de freguesia. “Anteriormente já tinha sido convidado para a junta, mas devido à minha vida achava que não tinha a disponibilidade que uma freguesia como Riachos exige. Há carências que se arrastam ao longo dos anos e que continuam por resolver”.Ganhou as eleições e sente uma enorme responsabilidade em cumprir o que prometeu no slogan de campanha a mudança: “Se eu ganhar Riachos tem de mudar e espero cumprir”.Para além da junta de freguesia, “que dá muito trabalho porque Riachos é uma senhora freguesia”, João Cardoso ainda faz alguns trabalhos de decoração. “Sempre trabalhei na decoração e ainda faço algumas coisas, as que me dão gozo, como a escola de polícia que decorei há 4 ou 5 anos, e alguns restauros, como o salão nobre, o gabinete dos comandantes”.Diz-se um leitor compulsivo de jornais – “leio os jornais de ponta a ponta” – e de livros de decoração. “Aos 60 anos matriculei-me no IADE (Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing), em Lisboa, para fazer o curso de decoração, mas desisti ao fim de dois anos. O curso era de quatro. A minha falta de cultura geral impediu-me de acompanhar. Fui sempre na ânsia de aprender algo de novo, se bem que o trabalho que faço nas texturas não tem nada a ver com o que se aprende, porque não se aprende cria-se. Também fui para ver se levava o meu filho que está no mesmo ramo, mas ele não quis”.E confessa-se um amante de futebol: “Gosto tanto de futebol que depois de estar muitos anos retirado, voltei ao Clube Atlético Riachense para tentar resolver o problema das escolas de futebol. Depois do arrelvamento do campo, houve o esquecimento dos mais novos e havia que relançar as classes de futebol. Já está a dar os seus frutos, mas temos de criar uma alternativa ao Campo Coronel Mário Cunha. Apesar de Riachos ser uma terra envelhecida, há muita juventude, com muita vontade de praticar desporto. A abertura do pavilhão veio também dar resposta a ser problema”.A par do Riachense, o Benfica tem a sua preferência e apesar dos adeptos do clube da Luz não terem, ultimamente, grandes motivos para se sentirem satisfeitos, Manuel João Cardoso está resignado: “Não faz mal. Eu sei dar valor a quem tem valor e reconheço que há clubes com muito valor. Vejo os jogos na televisão e penso que não sou o único benfiquista a desligar a televisão quando o clube está a perder. Não sou capaz de aguentar”.
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