O presidente da distrital de Santarém do CDS/PP apelou na sexta-feira ao entendimento entre o seu partido e o PSD a nível local para que se repita nas eleições autárquicas, no maior número possível de concelhos, a coligação que existe entre as duas forças políticas que governam Portugal. E considera que, a nível da região, Santarém deve dar o exemplo promovendo-se uma candidatura conjunta.“Temos que transformar esse bom entendimento a nível nacional em múltiplos entendimentos concelhios no desafio das autárquicas. E Santarém deve dar o exemplo e unir esforços com pragmatismo para se conquistar a câmara”, declarou Herculano Gonçalves. O dirigente e deputado do CDS/PP falava durante um jantar realizado no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, que teve como mote celebrar o segundo aniversário da vitória nas legislativas que permitiram a formação do actual Governo.Herculano Gonçalves ficou no entanto sem resposta, já que o presidente da distrital do PSD, Carlos Coelho, preferiu virar o seu discurso para as questões europeias. E o ministro da Cultura Pedro Roseta, que representava o Governo, optou por falar da obra feita e do que se pretende fazer.Mas não regressou a Lisboa sem ouvir Herculano Gonçalves lembrar a ambição dos escalabitanos em verem a Igreja da Graça, onde se encontra o túmulo de Pedro Álvares Cabral, consagrada com o estatuto de Panteão Nacional. “Seria uma justa homenagem à cidade e aos que nela vivem e uma ode aos que nela descansam”, afirmou o deputado.Ainda com os olhos postos em Pedro Roseta, o dirigente do CDS pediu-lhe também uma “estratégia mais apelativa” para promover a riqueza monumental de Santarém e da região e queixou-se da marginalização do fandango. Uma manifestação folclórica que, na sua perspectiva, “precisa de outro estatuto” e merece ser valorizado e promovido.Durante a série de discursos, que esteve longe de arrebatar a assistência, só o presidente da distrital do CDS/PP teve em conta as especificidades do público-alvo, composto por cerca de 200 simpatizantes, militantes, deputados e autarcas dos dois partidos, e decidiu centrar a sua breve intervenção em questões regionais.Os restantes quatro oradores – para além dos já citados, falaram ainda os presidentes das concelhias de Santarém do PSD e do CDS – preferiram, entre outros aspectos, louvar o Governo actual e atacar o anterior.